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Ambientalistas preocupados com casas nas margens do Niassa

Manuel David (Lichinga)3 de junho de 2015

Organizações não-governamentais ligadas ao meio ambiente acusam o Governo moçambicano de atribuir terrenos situados nas margens do Lago Niassa de forma "irresponsável". Administrador do distrito desdramatiza a situação.

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Foto: DW/M. David

Segundo a Rede das Organizações para o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na província do Niassa, no norte de Moçambique, a erosão que já se faz sentir no Lago Niassa não é o único motivo de preocupação.

O mau estado de conservação deve-se também ao facto de alguns membros influentes do partido no poder em Moçambique, a FRELIMO, estarem a construir residências para férias nas margens do Lago Niassa, denuncia o coordenador da rede, Emídio Mapenzar.

"Os governantes estão a construir nas bermas do lago. E pela avaliação das obras, são pessoas que têm dinheiro", afirma.

Emídio Mapenzar alerta que a construção de casas pode ter consequências negativas num futuro muito próximo, caso o Governo não tome medidas para alterar este cenário.

O jornalista Paulo Cazimoto, do Instituto de Comunicação Social no Niassa, também deplora estas construções nas margens do Lago. E diz que o Governo precisa de adotar "políticas sérias" para a conservação do Lago Niassa, património da natureza de Moçambique. "O Governo ainda não tem uma postura nem nenhum documento [nesse sentido]", critica.

"Regras foram cumpridas"

Moura Jorge, administrador do distrito do Lago, desdramatiza a situação. E afirma que todas as concessões para a construção de residências secundárias nas margens do Lago Niassa são legais e contaram com a autorização oficial da administração marítima.

Segundo o administrador, foram cumpridas "todas as obrigatoriedades e regras de construção junto à orla marítima".

O Lago Niassa, um dos Grandes Lagos Africanos, tem 560 quilómetros de comprimento, 80 quilómetros de largura e uma profundidade máxima de 700 metros.

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