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Maputo: Calma, ordem e poucos incidentes

Leonel Matias (Maputo)
4 de setembro de 2019

Na capital, campanha decorre de forma pacífica. Partidos focam-se em explicar como votar, já que os eleitores desta cidade com estatuto especial escolhem apenas o Presidente e deputados e não participam nas provinciais.

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Mosambik Wahlkampf 2019
Cartaz da campanha de Filipe Nyusi (FRELIMO) em MaputoFoto: DW/M. Sampaio

As informações disponíveis indicam que até ao terceiro dia de campanha, terça-feira (03.09), a campanha decorreu na generalidade de forma pacífica e ordeira, apesar de se terem registado alguns - poucos - incidentes.

O Boletim do Centro de Integridade Pública reporta a ocorrência de alguns casos de má conduta envolvendo os partidos políticos concorrentes. Violência, destruição de material de propaganda, uso de meios do Estado e cobranças coercivas a professores são alguns dos problemas reportados.

Na capital moçambicana, os partidos políticos e candidatos concorrentes continuam a privilegiar a divulgação dos seus manifestos eleitorais, a realização de comícios, desfiles, contactos interpessoais e afixação de material de propaganda.

Polícia: Estamos atentos para evitar a desordem

O Comandante da Polícia de Maputo, Fabião Nhancololo, informou esta terça-feira que a corporação registou já dois casos de destruição de material de propaganda: "No primeiro caso, temos um indivíduo detido, no segundo temos três. O nível de urbanidade tem sido muito maior. Ainda não registámos situações de colisões, de agressões envolvendo diferentes grupos partidários". 

A médica chefe do banco de socorros do Hospital Central de Maputo, Mara Rodrigo, confirma: "Ainda não recebemos nenhum doente com qualquer trauma resultante da campanha". 

Candidatos presidenciais em público 

Mosambik Wahlkampf 2019
Filipe Nyusi, da FRELIMO, apresenta-se como "Homem de Estado"Foto: DW/M. Sampaio

Ao nível das presidenciais, a campanha teve início no sábado, com apenas dois dos quatro candidatos, nomeadamente Filipe Nyusi, da FRELIMO, e Mário Albino, do partido Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral. Filipe Nyusi interrompeu, no entanto, esta terça-feira a campanha para atender a uma agenda de Estado, enquanto Mário Albino voltou à rua depois de dois dias de ausência.

Um terceiro candidato, Daviz Simango, do MDM, entrou em cena no segundo dia da campanha orientando um comício no Guruè, na província da Zambézia. "Temos que mudar de governação, os jovens não podem continuar desgraçados para toda a vida", afirmou o líder do Movimento Democrático de Moçambique.

Mosambik Wahlkampf 2019
Ossufo Momade, da RENAMO: "Vamos combater a corrupção por parte dos tubarões"Foto: DW/M. Sampaio

Esta segunda-feira foi a vez do candidato da RENAMO, Ossufo Momade, lançar a campanha, tendo prometido na cidade de Maputo criar mais emprego e habitação, sobretudo para os jovens. "Queremos acabar com a corrupção, porque hoje o nosso país está de joelhos. Está a ser detido peixe miúdo, nós queremos que os tubarões entrem também", disse Momade durante o comício.

Maputo-Capital goza de estatuto especial

Em Maputo, os partidos políticos continuam a privilegiar a explicação dos passos para a votação, tendo em conta que os eleitores vão votar apenas para a escolha do Presidente e dos deputados e não vão participar nas eleições provinciais, devido ao estatuto especial de que goza a capital do país.

Mosambik Wahlkampf 2019
Daviz Simango, do MDM: "Queremos tirar os Jovens da desgraça"Foto: DW/M. Sampaio

O analista Egídio Vaz antevê, em entrevista a DW África, que a cidade de Maputo terá uma eleição extremamente competitiva, apesar da vantagem que recai tradicionalmente para a FRELIMO: "Eu julgo que a cidade de Maputo se transformou bastante nos últimos anos, tomando características de uma grande metrópole, uma cidade cosmopolita, onde as diversas visões políticas se confluem e a vida para o partido FRELIMO não é nada fácil, se considerarmos os últimos resultados, mas também se considerarmos que Maputo é o centro onde gravitam os grandes interesses". 

Nas presidenciais, o candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi, poderá vencer com mais facilidade, acrescentou Egídio Vaz. 

Cidadãos querem saúde, educação, limpeza, paz e salários dignos

Na capital moçambicana, cidadãos ouvidos pela DW África pedem melhorias sociais e mostram-se expectantes para as eleições. Para Alberto António, é preciso "paz, em primeiro lugar, e melhoria das condições de vida" dos moçambicanos.

Já Victor Tomás tem outra prioridade: "Deve-se combater a corrupção em todas as áreas". Sónia Abrão concorda, mas não fica por aqui: "Precisamos de melhores salários, temos também de melhorar a nossa cidade, sobretudo em termos de limpeza". 

Por sua vez, Nelson Mucavele enumera as tarefas que os políticos deveriam priorizar, uma vez eleitos: "Melhorar a vida social, a educação, os hospitais, melhorar as estradas e facilitar o crédito para os jovens desenvolverem".

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