Eleições: Partido de Nabiam em modo de "autodefesa"
26 de maio de 2023Fundado em 2014 por antigos membros do Partido da Renovação Social (PRS), a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) concorre pela segunda vez às eleições legislativas, depois de na sua estreia à corrida eleitoral, em 2019, ter garantido cinco mandatos no Parlamento guineense.
O partido é liderado desde março de 2020 pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que se encontra há uma semana no interior do país, longe dos olhares da imprensa, em contacto com o eleitorado guineense.
Mas foi em Bissau que o partido lançou o seu programa eleitoral na quinta-feira (25.05).
"Valores e recursos humanos"
De acordo com o secretário nacional da APU-PDGB, Agostinho da Costa, o programa centra-se nos "valores e recursos humanos" do país, rumo ao desenvolvimento.
O combate à corrupção é outro objetivo do partido do primeiro-ministro guineense: "Não permitir que haja corrupção e combater severamente a corrupção, tendo em conta a legislação prevista [para esse combate]", ressalta Agostinho da Costa.
APU-PDGB luta para manter base eleitoral
A uma semana do fim da campanha eleitoral, o analista político Vladimir Banjaqui considera que a APU-PDGB está a enfrentar dificuldades na manutenção da sua base eleitoral.
"Ao olhar para a dinâmica da propaganda partidária, vemos que há partidos que têm arrastado consigo um número considerável [de eleitores]. E a APU-PDGB não tem tido essa afirmaçã. A situação é desfavorável ao próprio Nuno Nabiam, que não tem conseguido manter a base eleitoral e passar a mensagem", avalia Banjaqui.
Dos cinco deputados eleitos pela Assembleia do Povo Unido, em 2019, só resta o líder Nuno Nabiam. A formação política teve uma rotura interna que afastou vários altos dirigentes, que hoje são candidatos em outras formações políticas.
Contudo, o secretário nacional da APU-PDGB, Agostinho da Costa, acredita na vitória eleitoral. E diz que o partido vai "colocar o país [num patamar] para que tenha a capacidade de desenvolvimento, para que use os seus valores sociais, económicos, dos recursos humanos e garantir o desenvolvimento".
Modo de "autodefesa"
No entanto, para o analista político Vladimir Banjaqui vai ser difícil à APU-PDGB manter os cinco mandatos obtidos nas últimas legislativas: "Se conseguir manter [o número de deputados] é uma proeza".
"Vimos Nuno Nabiam a tentar defender-se dos ataques de que tem sido alvo por parte dos candidatos rivais, em vez de passar a mensagem. Isso não ajuda a alavancar o espírito de um eleitor ainda indeciso", considera o analista ouvido pela DW África.
Nos últimos três anos, a APU-PDGB tem partilhado a governação da Guiné-Bissau com o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) e o Partido da Renovação Social.