Estado Islâmico reivindica ataque no Burkina Faso
28 de dezembro de 2019O grupo jihadista do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) reivindicou esta sexta-feira (27.12) a responsabilidade pelo ataque a base militar de Arbinda, no Burkina Faso. Sete soldados morreram nesta ofensiva.
O grupo não reivindicou, no entanto, a responsabilidade pela morte dos 35 civis, incluindo 31 mulheres, também mortos na última terça-feira (24.12) naquela cidade.
Segundo uma mensagem dos serviços secretos do SITE, uma agência norte-americana que monitoriza os movimentos extremistas, o ISWAP admitiu a responsabilidade no ataque à base, com recurso a um veículo carregado de explosivos.
O ISWAP é uma fação do grupo jihadista nigeriano Boko Haram, afiliado ao Estado Islâmico. O ataque teve lugar na província de Soum, uma zona limítrofe com o Mali, que tem sofrido constantes ataques jihadistas nos últimos meses.
Morte de cristãos na Nigéria
Entretanto, o grupo também divulgou esta sexta-feira (27.12) um vídeo em que mostra a execução de 11 cristãos na Nigéria.
De acordo com a comunicação social nigeriana, o vídeo, com cerca de um minuto, foi partilhado pela agência do grupo, a Amaq, através da plataforma de divulgação de mensagens Telegram e mostra 11 homens vendados a serem abatidos e esfaqueados por membros do ISWAP. "Esta é uma mensagem para os cristãos por todo o mundo", afirmou um homem mascarado no vídeo.
A execução conjunta terá sido uma resposta à morte, em outubro, do então líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, e do seu porta-voz. Baghdadi ter-se-á suicidado para evitar ser capturado pelas forças dos Estados Unidos da América, durante uma rusga ao seu esconderijo, na província de Idlib, no noroeste da Síria.
Através do seu porta-voz, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, disse estar "profundamente triste e chocado com a morte de reféns inocentes" às mãos de "grupos assassinos sem escrúpulos, sem Deus e desalmados", acrescentando que estes "dão um mau nome ao Islão".
Buhari destacou que a sua prioridade continua a ser a segurança coletiva de todos os cidadãos da Nigéria, apelando para que estas execuções não dividam a população do país da África Ocidental.