EUA encerram operações contra o LRA na África Central
25 de março de 2017As operações militares dos Estados Unidos contra o Exército de Resistência do Senhor (LRA, sigla em inglês) na África Central estão "chegando ao fim", mesmo que o líder da milícia, Joseph Kony, ainda esteja foragido. O anúncio foi feito por um importante general americano.
"Esta operação, apesar de não ter conseguido chegar ao próprio Kony, tirou esse grupo do campo de batalha," disse o general Thomas Waldhauser, chefe do Comando Africano dos militares dos EUA, esta sexta-feira (24.03).
O LRA matou mais de 100 mil pessoas e sequestrou 60 mil crianças numa rebelião que durou três décadas, abrangendo o norte do Uganda, Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo.
A milícia é acusada de múltiplos abusos de direitos humanos, incluindo mutilação, estupro, rapto de crianças e uso de crianças-soldados.
Waldhauser disse que "várias centenas, talvez milhares" de soldados de Kony foram mortos em operações militares conjuntas dos EUA com exércitos regionais. "Nos últimos anos, eles realmente foram reduzidos a irrelevância", disse o comandante, acrescentando que o grupo tinha cerca de 100 combatentes remanescentes.
Reivindicando ser um profeta com poderes espirituais, Kony é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Ele foi o tema de uma campanha de vídeo viral em 2012 que foi visto por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo.
Dominic Ongwen, ex-soldado-criança transformado em general do LRA, é julgado atualmente em Haia após ser capturado pelas forças dos EUA em 2015.
Em 2010, os EUA desdobraram cerca de 100 forças especiais para trabalhar com exércitos regionais para derrotar o LRA e tentar capturar Kony. De acordo com o Centro Nacional de Antiterrorismo dos EUA, acredita-se que Kony esteja com má saúde e há rumores de que tenha diabetes ou SIDA.
Waldhauser disse que os Estados Unidos continuariam a trabalhar com os países da região contra o ressurgimento do LRA.