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Ex-chefe militar da Guiné-Bissau Zamora Induta foi preso

Braima Darame (Bissau) / LUSA22 de setembro de 2015

O ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau Zamora Induta foi esta terça-feira (22.09) conduzido para uma cela no quartel de Mansoa, no centro do país.

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Ministério da Justiiça da Guiné-BissauFoto: DW/F. Tchumá

De acordo com o advogado guineense Paulo Semedo, Zamora Induta foi levado para a prisão do quartel de Mansoa por ordens do Tribunal Superior Militar mas sem que o próprio causídico tivesse sido notificado dos motivos.

"Confirmo que o contra-almirante foi levado para Mansoa e se encontra numa cela naquela unidade militar", disse José Paulo Semedo, que se deslocou ao Tribunal para "perceber o que é que se passa".

"Segundo a lei e na qualidade do advogado do contra-almirante devia ser informado, notificado de qualquer medida que lhe é imposto, mas nada disso aconteceu", observou Paulo Semedo.

Zamora Induta "esteve sequestrado"

Para o advogado, Zamora Induta "esteve sequestrado" durante mais de um mês na sua própria residência, uma vez que "esteve sob restrição de movimentos" por ordens do Tribunal Militar que colocou três agentes à porta da sua casa.

Recorde-se que Zamora Induta voltou ao país, vindo de Lisboa, onde se encontrava a residir desde que fugiu da Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, para a recolha de dados para uma tese de doutoramento que está a preparar.Antes de regressar ao país, Induta, segundo o seu advogado, comunicou as autoridades políticas e militares dos seus intentos, mas acontece que dias depois foi chamado a depor no Tribunal Militar de Bissau num processo de alegada tentativa de golpe militar ocorrido em outubro de 2012 em que é apontado como um dos líderes.

Das audições Zamora Induta viu-lhe "decretada prisão domiciliária" que o seu advogado considera de “sequestro” por não constar da lei guineense.

Zamora Induta
Zamora IndutaFoto: picture alliance/dpa

Participação do PRS no Governo de Carlos Correia

No plano político, o Partido da Renovação Social (PRS), a segunda maior força política guineense reúniu-se esta terça feira pelo segundo dia ao nível da sua Comissão Política no intuito de debater a sua participação no governo a ser formado por Carlos Correia, "após ter recebido um convite formal neste sentido, seguido de contactos no último fim-de-semana com o PAIGC, o partido maioritário", disse Florentino Mendes Pereira, secretário-geral dos renovadores.

De referir que esta reunião acontece no momento em que o país, sem governo desde o passado 12 de agosto, já está a sentir os efeitos do vazio no poder. Sem água corrente há uma dezena de dias, a capital, Bissau, tem conhecido igualmente uma redução no fornecimento de energia elétrica.

Um outro efeito colateral desta crise política que se arrasta, diz respeito a duas centenas de muçulmanos que deviam efetuar a sua peregrinação à Meca nestes dias, tiveram que desistir da viagem.A agência nacional de peregrinação, instância parcialmente gerida por elementos da presidência do conselho de ministros e dos Negócios Estrangeiros, viu as suas actividades serem dificultadas pelo contexto político no qual está mergulhado a Guiné-Bissau.

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