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Família do marido de Valentina Guebuza "envergonhada"

Lusa | ms
17 de dezembro de 2016

A família de Zófimo Muiuane, indiciado pelo homicídio da mulher, Valentina Guebuza, pediu perdão à família da vítima. O velório da empresária moçambicana realizou-se este sábado, nos arredores de Maputo.

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Foto: picture-alliance/dpa

"Estamos envergonhados e revoltados com a ação do nosso familiar e pedimos perdão à família Guebuza", afirmou Armando Pedro, irmão mais velho de Zófimo Muiane, na mensagem fúnebre que leu durante o velório de Valentina Guebuza, assassinada a tiro na quarta-feira (14.12).

Armando Pedro declarou ainda que a família não se "revê no ato bárbaro" de Zófimo Muiane. O irmão do suspeito disse que a família nunca percebeu sinais de mal-estar no casamento.

A cerimónia decorreu hoje (17.12) na Igreja Presbiteriana de Chamanculo, nos subúrbios da capital moçambicana, Maputo, onde casou há dois anos. Estiveram presentes o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, o antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, titulares dos órgãos de soberania, membros e simpatizantes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) e membros do atual e dos anteriores governos moçambicanos.

Armando Guebuza
Ex-Presidente da República Armando GuebuzaFoto: DW/Romeu da Silva

Valentina Guebuza, de 36 anos, foi morta a tiro na residência do casal, em Maputo, supostamente pelo marido, Zófimo Muiuane, com quem se casou em 2014.

Deixa uma filha de um ano e seis meses. Numa primeira indicação, a polícia concluiu que o assassinato resulta de um caso de violência doméstica.

A filha do antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza era uma das mais destacadas empresárias do país. Em dezembro de 2013, a revista Forbes colocou-a entre as 20 jovens africanas mais poderosas de África.

Vulnerabilidade da mulher exposta

O assassinato de Valentina Guebuza expõe a vulnerabilidade das mulheres moçambicanas à violência doméstica, afirmou este sábado a ministra do Género, Criança e Acção Social de Moçambique, Cidália Chaúque. "É um caso muito infeliz, que, infelizmente, nos diz muito da grande violência doméstica que existe nos nossos lares", declarou à agência de notícias Lusa a governante, que esteve presente do velório da empresária.

A violência doméstica exige o redobramento de esforços por parte de toda a sociedade contra esta prática, uma vez que se traduz em consequências graves, disse a ministra. "Toda a sociedade deve ser mobilizada, todas as nossas comunidades, homens e mulheres devem ser sensibilizados contra a violência", defendeu Cidália Chaúque.

Este não é o primeiro caso de violência doméstica próximo dos círculos do poder moçambicano. Josina Machel, filha do primeiro Presidente da República, Samora Machel, ficou cega de um olho, no final de 2015, num caso atribuído a violência praticada pelo seu companheiro. 

Symbolbild Vergewaltigung sexuelle Gewalt Afrika
Cidália Chaúque: "Toda a sociedade deve ser mobilizada contra a violência"Foto: picture-alliance/dpa