Administrador do fisco angolano investigado pela justiça
12 de outubro de 2017A investigação, segundo fonte daquela força policial citada pela imprensa estatal angolana, terá começado há cinco meses, após denúncia ao Ministério Público relatando o funcionamento de uma rede que negociaria a cobrança de impostos, reduzindo os valores a pagar pelas empresas e desviando outra parte.
Em causa estarão impostos devidos nomeadamente por empresas que importam bens de primeira necessidade para Angola, com a imprensa a relatar um alegado desvio, por esta rede, de 170 milhões de kwanzas (865 mil euros).
O Ministério das Finanças de Angola anunciou em comunicado a exoneração de Nikolas Neto, um dos administradores da AGT, acrescentando ter desencadeado diligências internas para impedir o desvio de verbas do Estado.
A decisão de exoneração, tomada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, surge numa altura em que alguma comunicação social angolana relata a investigação judicial a Nikolas Neto, que tem os pelouros da Direção de Tributação Especial, Direção Técnica e o Gabinete de Comunicação Institucional, por alegado desvio de verbas da AGT."Ajustamento do Conselho de Administração"
Embora sem apontar diretamente os motivos da exoneração de Nikolas Neto, o comunicado sobre o "ajustamento do conselho de administração" da AGT refere que, em coordenação com as autoridades de investigação, aquela instituição "tem vindo a desencadear diligências internas para a proteção dos direitos dos contribuintes, impedir o descaminho de tributos devidos ao Estado e moralizar a instituição".
A AGT mantém a "plenitude das suas competências legais e estatutárias" e assegura a normalidade de todos os procedimentos, refere igualmente.
O conselho de administração da AGT é presidido por Sílvio Burity e conta ainda com os administradores Conceição Matos, José Dungo e Hermenegildo Gaspar.A 26 de setembro, no discurso de tomada de posse, o novo Presidente angolano, João Lourenço, prometeu que o combate ao crime económico e à corrupção será uma "importante frente de luta" e a "ter seriamente em conta" no mandato de cinco anos que agora inicia.
"A corrupção e a impunidade têm um impacto negativo direto na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o nosso povo a trabalhar em conjunto para estripar esse mal que ameaça seriamente os alicerces da nossa sociedade", afirmou João Lourenço, gerando uma forte ovação popular.