G20 dá as boas-vindas a União Africana
9 de setembro de 2023Na capital indiana, Nova Deli, na abertura de uma cimeira de dois dias do G20, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, bateu o martelo três vezes antes de fazer o anúncio, que recebeu aplausos na sala, apertou a mão do atual líder da União Africana (UA), o Presidente das Comores, Azali Assoumani, e abraçou-o calorosamente.
"Com a aprovação de todos, solicito ao representante da União Africana que assuma o seu lugar como membro permanente do G20", disse depois Modi, sublinhando que foi a Índia a propor esta alteração.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tinha defendido, na sexta-feira, que a UA deveria tornar-se membro permanente do grupo.
"Veremos qual será a decisão, mas o que é claro é que a União Europeia [UE] apoia a adesão da União Africana ao G20", declarou Michel, numa conferência de imprensa em Nova Deli, antes do início da cimeira.
Também em declarações esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "África está sub-representada nas atuais estruturas internacionais".
"É claro que ficaria muito feliz em ver a União Africana tornar-se membro do G20", disse.
Em dezembro, o Presidente norte-americano, Joe Biden, expressou o mesmo desejo , assegurando que isso iria acontecer, uma posição reafirmada esta semana pelo seu conselheiro da Segurança nacional, Jake Sullivan.
Cimeira de dois dias
O grupo G20, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), reúne-se hoje e no domingo na capital indiana, Nova Deli, num encontro marcado por tensões patentes na ausência dos Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.
Na reunião, as fortes divergências sobre a guerra na Ucrânia, a eliminação progressiva das energias fósseis e a restruturação da dívida deverão dominar os debates e, provavelmente, impedir qualquer acordo.
Tanto Moscovo como Pequim confirmaram recentemente que os seus chefes de Estado não participarão na cimeira e que os respetivos países serão representados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.