Greve em Angola: Enfermeiros e Governo iniciam negociações
8 de novembro de 2022É com otimismo que o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola, Cruz Matete, encara as negociações com o Governo, previstas para esta terça-feira.
"Nós esperamos colher bons resultados e que estes resultados tragam satisfação dos assuntos aos profissionais de enfermagem dos assuntos propostos. Vamos esperar que o diálogo prevaleça e que quem saia a ganhar seja a nossa população", afirma Matete em entrevista à DW.
Os enfermeiros exigem melhores condições de trabalho, incluindo o aumento de técnicos, material gastável e medicamentos. Também reclamam o subsídio face ao desgaste provocado pela pandemia da Covid-19, exigem ainda o pagamento das horas-extra e a transição automática – a saída dos profissionais de uma categoria para outra.
Primeiro dia de greve
O secretário-geral do sindicato dos enfermeiros faz um balanço positivo do primeiro dia de paralisação: "Conseguimos atingir os objetivos daquilo que preconizámos".
"Ao nível do país se conseguiu quase 16.736 profissionais que conseguiram participar nesta greve. Então, podemos considerar que estávamos na ordem dos 78,6%", detalha Cruz Matete.
Segundo o Governo, "alguns" serviços estiveram a funcionar a meio-gás. A greve criou transtornos a muitos utentes, que foram obrigados a regressar às suas casas sem assistência médica.
Paulo Luvualo, bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola, apela ao cumprimento da lei da greve, garantindo os serviços mínimos.
"Aqueles que aderirem à greve não devem ser molestados e os que não aderirem também não devem ser molestados. Os profissionais de enfermagem devem pautar pelos princípios éticos e deontológicos mantendo os serviços de acordo com a lei da greve. À entidade patronal, nós apelamos que se paute pelo diálogo, porque será a melhor solução do problema", concluiu.