Bissau: Presidente pede diálogo entre sindicatos e Governo
29 de abril de 2021Umaro Sissoco Embaló visitou quarta-feira (28.04) a sede da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI), a convite do secretário-geral, Malam Ly, aproveitando para abordar a onda de greves na Função Pública decretada pela maior central sindical do país, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG).
Desde dezembro que a UNTG tem convocado greves gerais na Função Pública para exigir ao Governo, entre outros, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos CFA (cerca de 76 euros) para o dobro.
"A Guiné-Bissau é um país com parcos recursos, só vivemos das receitas das alfândegas e da DGC [Direção Geral das Contribuições e Imposto], mesmo nas pescas, há muitos países que deixaram de vir cá tirar licença (de pesca) por causa da pandemia", declarou Umaro Sissoco Embaló.
Situação financeira grave
O chefe de Estado observou que as receitas caíram e que a única forma de ultrapassar as dificuldades é através do diálogo entre o Governo e os sindicatos, que devem compreender a situação do país.
"As pessoas devem dialogar. Ninguém deve barricar-se no sindicato que não é um lugar de fazer política, quem quiser fazer política que tome um cartão de um partido político", sublinhou Sissoco Embaló.
O Presidente guineense alertou os sindicatos de que as greves só contribuem para "desgastar a imagem" da Guiné-Bissau, mas também aconselhou o Governo a atender às reivindicações dos trabalhadores, "na medida das reais possibilidades".
Umaro Sissoco Embaló anunciou ainda que vai chamar o "primeiro-ministro em exercício", Soares Sambú, que substitui o primeiro-ministro, Nuno Nabiam, ausente do país, por questões de saúde, para lhe transmitir as preocupações e medidas que devem ser tomadas para atender aos sindicatos.