Guiné-Bissau com condições mínimas para receber qualquer voo internacional
19 de dezembro de 2014As autoridades da Guiné-Bissau estão a envidar esforços para aumentar a eficiência nas operações aeroportuárias, que incluem a formação em Portugal de técnicos dos Serviços de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau.
O aeroporto internacional de Bissau reúne as condições mínimas indispensáveis para receber os aviões de todas as proveniências, apesar de ainda não estar dotado de todos os meios operacionais e infraestuturais necessários.
As condições de segurança, antes postas em causa depois do episódio de cidadãos sírios com passaportes falsos que escalaram a capital guineense com destino à Europa, melhoram na medida do possível.
A garantia é dada, em declarações à DW África, pelo secretário de Estado dos Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira: “Estas condições estão completamente asseguradas e já foram demonstradas pelo ministério guineense do Interior”.
As condições de segurança estão asseguradas, mas as autoridades locais responsáveis pela gestão do aeroporto de Bissau admitem existir ainda algumas dificuldades operacionais que o governante não pormenorizou quando questionado sobre a possibilidade dos voos da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), voltarem a Bissau.“O governo assumiu todas as condições para que haja de facto segurança para que os aviões da TAP possam aterrar e levantar voos em Bissau com toda a segurança exigida. O que o presidente do Conselho da Administração da Aviação civil mencionou é o facto de existirem dificuldades no aeroporto de Bissau. Mas isso não significa necessáriamente que seja uma questão de segurança. As dificuldades são inerentes ao país que temos”.
À margem destas declarações em Lisboa, uma fonte bem informada adiantou à DW África que nos últimos seis meses houve uma melhoria acentuada no Aeroporto Internacional de Bissalanca, em Bissau. Reforçou-se o controlo dos passageiros e as medidas de segurança são mais visíveis depois da tomada de posse do novo Governo. A mesma fonte acrescentou ainda que há mais agentes de migração nos vários pontos de controlo.
No entanto, acrescenta, as infraestruturas são as mesmas que suportaram os voos da TAP durante largos anos. A administração da companhia aérea portuguesa, que adiou em novembro o reatamento dos três voos semanais para Bissau, disse à DW África que agora não estão em causa as condições de segurança nem tem a ver com os eventuais risco do ébola.Segundo o presidente da TAP, Fernando Pinto, “a razão principal é o mercado. Chegamos a efetuar uma pesquisa no quadro do sistema de reservas para vermos as possibilidades e constatamos realmente que temos uma procura muito baixa. Não podemos esquecer que no momento em que fomos forçados a afastar temporáriamente outras empresas ocuparam essa posição. Então vimos que não era ainda possível retornar ao mercado. Vamos ver no início do próximo ano se conseguimos reativar o processo”. No que toca à segurança, o país conta a partir desta sexta-feira (19.12.) com quatro técnicos superiores guineenses que receberam formação de uma semana em Lisboa para reforçar a atividade da Direção Geral de Migração e Fronteiras.
A formação tem lugar um ano depois de as autoridades guineenses terem forçado a tripulação da TAP a transportar passageiros sírios ilegais num voo Lisboa-Bissau. O plano integra um protocolo assinado com a TAP, em julho deste ano, que prevê cooperação, formação e capacitação nas áreas das migrações e controlo de fronteiras da Guiné-Bissau, a par da retoma dos voos diretos entre as duas capitais.