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Estado de DireitoGuiné-Bissau

Instabilidade na África Ocidental preocupa PR de Cabo Verde

Lusa
2 de fevereiro de 2022

José Maria Neves pede soluções à CEDEAO, após três golpes de Estado em 18 meses e uma tentativa falhada na Guiné-Bissau. Presidente cabo-verdiano apela a avaliação profunda das causas da instabilidade.

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José Maria Neves , candidate for presidential elections in Cape Verde
Foto: Décio Barros/DW

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, alertou esta quarta-feira (02.02) para a instabilidade na África Ocidental e pediu soluções à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), após três golpes de Estado em 18 meses e uma tentativa falhada na terça-feira na Guiné-Bissau. 

"Preocupa-nos a instabilidade que se verifica na região. Em 18 meses tivemos três golpes de Estado e uma tentativa falhada, mas que não deixa de mostrar instabilidade, insegurança e tentativa de fragilização, ainda mais, das instituições democráticas", começou por dizer o chefe de Estado cabo-verdiano, em conferência de imprensa, na cidade da Praia.

José Maria Neves reagia de viva voz, após um comunicado divulgado na terça-feira à noite, sobre a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, tendo abordado também atos semelhantes, mas concretizados, no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri nos últimos 18 meses. 

Para o Presidente da República de Cabo Verde, a CEDEAO deve avaliar "com profundidade" as causas dessa instabilidade na região e procurar soluções que levam à maior segurança, maior estabilidade e consolidação democrática. 

"Evitando assim mais golpes ou tentativas de golpes de Estado que poderão levar à deterioração da nossa comunidade e da democracia e à crise da política na nossa região", afirmou, lembrando que a África Ocidental ainda tem outros desafios, como o terrorismo e o narcotráfico, que entendeu devem ser considerados.

Guinea-Bissau | Soldaten in Bissau
Foto de arquivo: Soldados guineensesFoto: Andre Kosters/EPA

"E também, globalmente, a melhoria da governança para que haja políticas públicas consistentes, orientadas para a solução dos problemas das pessoas, para o desenvolvimento sustentável da nossa região e se garantir a paz, a tranquilidade, em toda a região e em todo o continente africano", completou.

À espera de esclarecimentos de Bissau

Relativamente à Guiné-Bissau, o chefe de Estado voltou a afirmar que falou com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, que lhe garantiu que a situação está "sob controlo", embora ainda sob investigação.

"Estamos a aguardar mais esclarecimentos relativamente aos contornos, aos meandros da tentativa de golpes de Estado que se verificou ontem [terça-feira]. O nosso apelo é para que a gestão do pós-golpe se faça com a necessária contenção para se evitar mais violência", pediu.

A tentativa de golpe já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela CEDEAO, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola, entre outros países.

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