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Guiné-Bissau: Seis candidatos concorrem à liderança do PAIGC

Lusa
16 de novembro de 2022

Para além do atual líder do partido, Domingos Simões Pereira, são candidatos Edson Araújo, João Bernardo Vieira, Otávio Augusto Lopes, Martilene dos Santos e Raimundo Pereira. X Congresso do partido arranca sexta-feira.

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Guinea Bissau PAIGC  Parteizentrale 2010
Foto: Moussa Balde/epa/picture alliance

O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) aceitou seis candidaturas à liderança do partido, segundo um acórdão daquele órgão do partido, divulgado esta quarta-feira (16.11).

O acórdão refere que foram aceites as candidaturas de Edson Araújo, João Bernardo Vieira, Domingos Simões Pereira, Octávio Augusto Lopes, Martilene dos Santos e Raimundo Pereira.

"O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização delibera, considerando que todos os camaradas acima indicados reúnem, à luz dos estatutos do PAIGC, condições de elegibilidade ao cargo de presidente do PAIGC, podendo apresentar-se nas eleições a esse cargo no X congresso ordinário", pode ler-se no acórdão.

O novo presidente do PAIGC será eleito no X congresso, que decorre de 18 a 20 de novembro, depois de ter sido adiado por diversas vezes devido a impedimentos judiciais.

O partido conta juntar quase 1.500 delegados em Gardete, nos arredores de Bissau, num congresso dedicado ao tema "Consolidação da Coesão Interna, a luz do pensamento de Amílcar Cabral, pelo resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento".

Guinea-Bissau PAIGC-Anhänger feiern den Sieg bei den Parlamentswahlen
X congresso do PAIGC decorre entre 18 e 20 de novembro em Bissau, depois de ter sido adiado por diversas vezesFoto: DW/B. Darame

Em declarações à Lusa, Manuel dos Santos, da comissão organizadora do congresso, afirmou que, em comparação com o congresso de 2018, este "está a ser difícil". Ainda assim, Manuel dos Santos disse estar otimista e esperar que as "autoridades não ultrapassem demasiado as suas competências".

"O congresso vai realizar-se normalmente, as pessoas vão ter o direito de se exprimir livremente e quem ganhar, ganhou", concluiu.

Em 2018, as forças de segurança impediram o início do congresso do PAIGC, cercando a sede do partido, com base em providências cautelares que teriam sido intentadas por militantes descontentes com o procedimento de escolha dos delegados.

Adiamentos sucessivos

Este ano, o partido deveria ter realizado o seu congresso em fevereiro, mas foi adiado devido às restrições sanitárias impostas pelo Governo para combater a pandemia da covid-19. O partido remarcou a data do congresso para entre 10 e 13 de março, mas este não foi novamente realizado devido a uma providência cautelar imposta por um militante no tribunal.

O PAIGC acabou por remarcar a abertura do congresso para 19 de março, mas um dia antes do seu início as forças de segurança invadiram a sede do partido, disparando gás lacrimogéneo, enquanto decorria uma reunião do Comité Central, alegando o cumprimento de ordem judicial que mandava suspender a realização do congresso.

O partido remarcou o congresso para ter início em 19 de agosto, mas foi mais uma vez impedido de o realizar, com as forças de segurança a impedir a entrada de pessoas na sede do PAIGC, situada no centro de Bissau, por decisão judicial.

Segundo Manuel dos Santos, o conselho nacional de jurisdição e fiscalização do partido, órgão competente para aferir a elegibilidade dos candidatos, segundo os estatutos do partido, deu o "ok" a todos os que se apresentaram.

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