Gás e segurança dominam agenda de Scholz em África
31 de outubro de 2023Olaf Scholz esteve na Nigéria no domingo (29.10) e na segunda-feira (30.10) para discutir os golpes militares na região, mas também o abastecimento de gás. Berlim quer investir mais no continente e esta presença acrescida explica-se, em grande parte, pela necessidade de diversificar as fontes de abastecimento desde o início da guerra na Ucrânia.
O chanceler encontrou-se pela primeira vez com Omar Alieu Touray, presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidenta (CEDEAO), em Abuj. Discutiram a forma de lidar com os recentes golpes de Estado na região, bem como as oportunidades de investimento.
Scholz reconheceu igualmente o papel da CEDEAO na promoção da paz e da segurança na região, descrevendo-a como "uma organização poderosa e funcional".
Esta é a terceira viagem o chanceler alemão ao continente africano desde que assumiu o cargo, em 2021, e a segunda em 2023.
Novas oportunidades de negócio
Olaf Sholz também se encontrou com o chefe de Estado nigeriano, Bola Tinubu, com quem discutiu oportunidades de comércio e investimento entre os dois países. O volume comercial entre a Alemanha e a Nigéria ronda os 3 mil milhões de euros por ano, mas os dois países querem incrementá-lo.
O Presidente da Nigéria está de braços abertos para abraçar novas oportunidades de negócio com o empresariado germânico. "A Nigéria, como maior economia africana, está interessada e cooperar com a maior economia europeia. Sejam bem-vindos para estabelecer parcerias connosco em termos de educação, energia, recursos minerais e todas as outras oportunidades", declarou Bola Tinubu,.
A Alemanha procura diversificar as suas fontes de gás natural. Na Nigéria, disse o chanceler, "existem muitas oportunidades, não apenas no que diz respeito ao gás e ao petróleo, mas também para investir no futuro, o que tem a ver com o hidrogénio e todas as questões importantes para uma economia capaz de produzir todos os bens necessários sem prejudicar o ambiente".
A "dor de cabeça" da migração
A migração parece ser uma dor de cabeça para Alemanha. Estima-se 14 mil nigerianos requerentes de asilo serão obrigados a deixar a Alemanha.
De Abuja, o chanceler alemão espera estreita colaboração para lidar melhor com a gestão migratória. "A questão será importante para o vosso país, mas também para o nosso, e ter uma cogestão que beneficie os dois países é a melhor forma de avançar", afirmou.
Alemanha apela flexibilidade nigeriana na receção dos migrantes repatriados por não cumprirem os requisitos de exilo. Bola Tinubu apoia o repatriamento de migrantes, desde que sejam nigerianos.
Berlim e Abuja também discutiram a questão da segurança, principalmente o combate ao terrorismo que atua nordeste da Nigéria. E já alguns avanços, segundo Olaf Scholz: "A Alemanha já está a trabalhar para apoiar as forças armadas e a polícia da nigeriana e ajudar a estabilizar a área em torno do Lago Chade e estamos a desenvolver essa parceria."