Hamas diz que "acordo de tréguas" está próximo
21 de novembro de 2023O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, está a negociar uma trégua temporária através de mediadores do Qatar, onde vive.
"O movimento deu a sua resposta aos irmãos do Qatar e aos mediadores. Estamos perto de chegar a um acordo de tréguas", disse o líder do movimento palestiniano, numa declaração divulgada no Telegram e transmitida por agências de notícias, sem entrar em detalhes.
Segundo fontes do Hamas e da Jihad Islâmica, citados pela agência France-Presse (AFP), os dois movimentos aceitaram um acordo e os pormenores devem ser anunciados pelo Qatar e pelos mediadores do conflito.
Até ao momento, o Governo israelita ainda não reagiu a estas declarações.
A presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, reuniu-se na noite passada com os dirigentes do Qatar e com Haniyeh, para "avançar com as questões humanitárias ligadas ao conflito armado em Israel e em Gaza".
Acordo para libertar reféns
O Qatar, o Egito e os Estados Unidos também estão a trabalhar num acordo para tentar libertar os cerca de 240 reféns raptados em Israel pelo Hamas em troca de uma trégua na Faixa de Gaza.
"Nunca estivemos tão perto, estamos confiantes. Mas ainda há trabalho a fazer. Nada está feito até que tudo esteja feito", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca, John Kirby. Questionado por um jornalista sobre se está iminente um acordo para a libertação de reféns, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu: "Penso que sim".
O CICV, apesar de não estar a participar nas conversações, insistiu para que as equipas do comité "sejam autorizadas a visitar os reféns para verificar o seu bem-estar, administrar medicamentos e para garantir que os reféns possam comunicar com as famílias", de acordo com um comunicado.
A transferência seria feita por etapas, numa troca diária de dez reféns israelitas por 30 prisioneiros palestinianos, e incluiria a entrada de alimentos, ajuda médica e combustível e, sobretudo, uma "trégua humanitária renovável de cinco dias".
A guerra entre as forças israelitas e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, teve início em 7 de outubro, com um ataque surpresa do movimento islamita a Israel, que causou cerca de 1.200 mortos.
Em represália, Israel está a bombardear incessantemente a Faixa de Gaza. Os ataques já fizeram mais de 13.300 mortos, segundo o Hamas. A este balanço somam-se dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados.