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HRW denuncia "repressão implacável" a opositores no Chade

Lusa
8 de abril de 2021

Human Rights Watch acusa forças de segurança do Chade de "repressão implacável" contra os opositores do Presidente. Idriss Déby Itno concorre a um sexto mandato nas eleições presidenciais de domingo.

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Tschad Präsident Idriss Déby Itno
Foto: Press Office Presidency Chad

O Chade realiza releições presidenciais no próximo domingo (11.04). Apenas seis candidatos menores enfrentarão Idriss Déby Itno, que está no poder desde um golpe de estado em 1990. Vários candidatos anunciaram a sua retirada, tais como o histórico adversário Saleh Kebozabo, denunciando um "clima de insegurança".

Há vários meses que os partidos e organizações da sociedade civil apelam todos os sábados para uma marcha "pacífica" por uma "alternância de poder". Estas marchas são proibidas e tem sido violentamente dispersa qualquer reunião, por mais pequena que seja, com a polícia a rodear a sede dos partidos e as casas dos seus líderes.

De acordo com testemunhas entrevistadas pela Humano Rights Watch (HRW), "as forças de segurança batem nos manifestantes com chicotes, paus e bastões". "Um manifestante também disse ter sido sujeito a choques elétricos enquanto estava detido", afirmou a organização de direitos humanos através de uma declaração.

"Polícia age com profissionalismo"

Durante manifestações organizadas pela oposição, as forças de segurança utilizaram gás lacrimogéneo e "prenderam arbitrariamente pelo menos 112 membros e apoiantes de partidos da oposição e ativistas da sociedade civil, alguns dos quais foram espancados", de acordo com a HRW.

A organização denunciou o "uso excessivo da força contra manifestantes", bem como "tratamentos desumanos e degradantes e tortura".

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Quando interrogado pela HRW, o ministro da Justiça do Chade, Djimet Arabi, disse que a polícia tinha agido com "profissionalismo" e que as manifestações, que tinham sido proibidas pelas autoridades, "por vezes levaram à violência (...), com manifestantes a queimar pneus em várias estradas".

Violência e controvérsia

A 28 de fevereiro, a polícia e os militares realizaram uma rusga à casa do candidato presidencial Yaya Dillo, durante a qual os agentes da lei mataram a sua mãe, de 80 anos, e feriram cinco outros membros da família.

As autoridades disseram que Yaya Dillo "levantou resistência armada". Testemunhas entrevistadas pela Human Rights Watch, contudo, "rejeitam esta versão dos acontecimentos e sustentam que não houve resposta armada. Dillo está agora em fuga. 

A HRW apela às autoridades chadianas para que "investiguem urgentemente" esta violência. "As violações dos direitos humanos e a negação das liberdades fundamentais minaram a credibilidade das eleições", prosseguiu a organização. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, "lamentou recentemente o uso da força" no processo eleitoral.

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