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Há carência de alimentos na Guiné-Bissau

11 de abril de 2011

Na Guiné-Bissau faltam alimentos por causa da crise fronteiriça entre a Gâmbia e o Senegal. Esta situação preocupa algumas associações ligadas ao comércio do país, que procuram soluções junto do governo.

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Mercado de Gabu, uma cidade no leste da Guiné BissauFoto: Jochen Faget

Uma grande parte dos produtos de primeira necessidade e alimentos que abastecem o mercado guineense vem da Gâmbia, mas a recorrente crise fronteiriça entre a Gâmbia e o Senegal está a dificultar a passagem destes produtos do primeiro país para a Guiné-Bissau porque as mercadorias vindas da Gâmbia, país encrustado no Senegal, têm de passar por este último país.

Aliu Seidi, presidente da associação de retalhistas da Guiné-Bissau, fala-nos dos efeitos da atual situação sobre o mercado local: "Ainda não há carência de produtos mas não falta muito tempo; digo isto porque já escasseiam produtos na Gâmbia." Enquanto isso os camiões com mercadorias que devem seguir para a Guiné-Bissau estão retidos no lado gambiano.

A economia da Guiné-Bissau depende muito dos países vizinhos

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Trabalhos agrícolas na Guiné Bissau, depois da colheita do arroz.Foto: picture-alliance / OKAPIA

Por outro lado a associação de retalhistas da Guiné-Bissau vê outros prejuizos nas transações comerciais com a Gâmbia: "A Guiné-Bissau deveria aumentar as taxas sobre os artigos que entram no país. O governo de Bissau, e também a Camara do Comércio, está a mediar a crise com os governos da Gâmbia e Senegal. Continuamos a ser vítimas de toda esta situação. Penso que as autoridades guineenses deveriam ser mais intransigentes em nossa defesa porque os artigos que chegam e como são muito baratos, prejudicam-nos."

Entretanto, a Camara do Comércio está a fazer contatos a vários níveis para tentar resolver o problema do seu mercado, como nos contou Braima Camará, o presidente da Camara do Comércio da Guiné-Bissau: "Estamos a tratar, é um processo... estamos em contato com as embaixadas do Senegal e da Gâmbia na Guiné Bissau, já informei o Presidente da República. Estamos a tratar, não é um assunto fácil, é muito difícil, mas estou convencido que a direcção da camara vai continuar nessa direcção para que possa encontrar uma solução".

Esforços da Camara de comércio

Fischer mit Boot am Strand beim Fischerdorf Juf, Senegal
Na costa ocidental da África a pesca é ainda um importante fator económicoFoto: picture-alliance / Bildagentur Huber

Para o presidente da Camara do Comércio o príncipio da UEMOA, União Monetária da Africa Ocidental, deveria ser respeitado no que se refere à circulção de pessoas e bens. De acordo com Camará enquanto os problemas não forem sanados a Guiné-Bissau está sujeita a enfrentar problemas similares. O presidente da Camara do Comércio considera por isso que a Guiné-Bissau está a apanhar por tabela. E sobre a saída desta dependência em relação às vias da Gâmbia e Senegal Braima Camará diz o seguinte:

"Nós queremos uma outra alternativa que é a via marítima, mas isso já exige muita carga, de maneira que o fluxo económico que se observa entre a Gâmbia e a Guiné Bissau, às vezes não é suficiente para fazer deslocar um navio da Gâmbia para Bissau. Daí a necessidade do recurso à via terrestre".

Autor: Nádia Issufo/Carlos Martins
Revisão: António Rocha