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Ilhas dos Bijagós concorrem a Património Mundial Natural

Djariatú Baldé
1 de fevereiro de 2024

A Guiné-Bissau apresenta hoje a candidatura de três ilhas dos Bijagós a Património Mundial Natural da UNESCO. O dossier vai ser entregue na sede da UNESCO na capital francesa pelo ministro do Ambiente.

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Ilha de Bubaque no arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau
UNESCO já tinha atribuído ao arquipélago o estatuto de Reserva da Biosfera, em 1996Foto: António Cascais

As 88 ilhas e ilhéus que compõem o arquipélago dos Bijagós são consideradas um tesouro da Guiné-Bissau. As três candidatas a Património Mundial Natural da UNESCO são a joia da coroa.

As três ilhas e parques naturais, nomeadamente João Vieira e Poilão, Orango e Urok, são cruciais para a reprodução e alimentação de várias espécies ameaçadas, incluindo tartarugas marinhas, hipopótamos marinhos, tubarões e raias.

Tudo isso pesará na candidatura a Património Mundial Natural, comenta a diretora-geral do Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau (IBAP), Aissa Regalla de Barros, em declarações à DW África. O dossier da candidatura será entregue esta quinta-feira (01.02) na sede da UNESCO na capital francesa pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, da Guiné-Bissau Viriato Soares Cassamá.

"Após a entrega vai começar todo um processo de ‚lobby'. Acreditamos que em junho de 2025 teremos a resposta oficial da UNESCO, se a candidatura foi validada ou não," explica Regalla de Barros.

Desenvolvimento sustentável

O reconhecimento das três ilhas como Património Mundial Natural da UNESCO é visto como um passo importante para o reforço das ações de conservação em prol do desenvolvimento sustentável.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) já tinha atribuído ao arquipélago o estatuto de Reserva da Biosfera, em 1996. Em 2014, as ilhas Bijagós foram designadas como zona húmida de importância internacional.

Ilha de Bubaque no arquipélgo dos Bijagós
Rede Lusófona de Educação Ambiental: "Ações de conservação devem ser alinhadas ao desenvolvimento para evitar conflitos com a população"Foto: DW/B. Darame

O coordenador da Rede Lusófona de Educação Ambiental na Guiné-Bissau, Fernando Saldanha, defende que as ilhas reúnem condições para serem reconhecidas como património mundial. Mas alerta que as ações de conservação devem ser alinhadas ao desenvolvimento para evitar conflitos com a população.

"Quando se diz para não pescar em certa altura num certo local, para não desmatar, temos de criar condições compensatórias e resolver as necessidades básicas da população local das ilhas, para que elas tenham o que comer e o que vestir, acesso à saúde, acesso à educação e ao comércio, que é muito difícil nas ilhas," pondera.

"Com essas condições criadas, as populações das ilhas vão reforçar os seus esforços para a conservação da biodiversidade," garante.

Compromisso com a conservação

E se as ilhas forem reconhecidas como património mundial, o Estado guineense tem uma tarefa difícil pela frente.

"O Estado da Guiné-Bissau, através do seu Governo, deve engajar-se após a aprovação desta candidatura, porque vai ser um compromisso já não a nível interno, mas a nível internacional. Será um compromisso com a UNESCO e com o mundo," refere Fernando Saldanha.

A Guiné-Bissau ratificou a Convenção do Património Mundial Cultural e Natural em janeiro de 2006. Na altura, comprometeu-se a identificar, proteger, valorizar e transmitir às gerações futuras o património cultural e natural situado no seu território.

O Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau acredita que o reconhecimento da candidatura das ilhas a património mundial apoiará não só na promoção do ecoturismo sustentável no arquipélago, mas também facilitará a obtenção de fundos para conservar estas áreas e desenvolver as comunidades locais.

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