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Insegurança dificulta combate ao ébola na RDC

gcs | im | AP | Reuters | AFP | EFE | Lusa
8 de agosto de 2018

Este mês, pelo menos nove pessoas morreram num novo surto de ébola na província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo. Insegurança na região condiciona o combate à doença, alerta OMS.

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Foto: Reuters/J. R. N'Kengo

As autoridades da República Democrática do Congo (RDC) e os seus parceiros já estão no terreno para identificar possíveis casos de ébola e vacinar a população em risco. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) teme que a insegurança na província de Kivu do Norte dificulte os trabalhos.

"Há grupos armados ativos na região e algumas das zonas para onde vamos enviar as nossas equipas são consideradas zonas interditas pela missão das Nações Unidas na RDC", afirma o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em entrevista à DW.

A província é palco de conflitos fomentados por grupos rebeldes há mais de 20 anos. Na região estão estacionados capacetes azuis da missão das Nações Unidas no país (MONUSCO), além das forças de segurança congolesas. Mesmo assim, continua a haver ataques contra civis. Centenas de milhares de habitantes foram obrigados a deixar as suas casas e muitos deles procuram refúgio em países vizinhos.

DR Kongo Ebola Ausbruch
Equipa da OMS na República Democrática do Congo durante surto em maio de 2018Foto: Reuters/K. Katombe

Medo de alastramento

O medo de que este novo surto de ébola passe a fronteira é grande. Por isso, o Uganda já tomou medidas.

"Tivemos de enviar equipas de vigilância para o terreno, que estão a monitorizar todas as pessoas que chegam ao Uganda vindas da RDC, para garantir a segurança dos nossos cidadãos", adiantou a ministra da Saúde ugandesa, Sarah Opendi, contactada pela DW.

Segundo o Ministério da Saúde da RDC, este é o décimo surto de ébola no país desde 1976 - o último fez 33 mortos na província de Equador e só foi dado como extinto no final de julho.

Insegurança dificulta combate ao ébola na RDC

Plano B

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, refere que sobraram 3 mil doses de vacinas do último surto, que podem começar a ser usadas imediatamente em Kivu do Norte.

Na província já estão 30 especialistas da organização, além de membros do Ministério da Saúde congolês e parceiros. Mas a região é vasta, a insegurança é muito grande em algumas zonas e poderá ser difícil identificar pessoas que tenham estado em contacto direto com vítimas de ébola e estejam em risco. Por isso, a OMS prevê uma abordagem diferente de outras no passado.

"Podemos ter de ser mais flexíveis, face a estas dificuldades de segurança", admite Jasarevic. "Se soubermos que há uma pessoa infetada numa aldeia, podemos ter de vacinar a aldeia inteira, porque não temos tempo para passar horas a fio a tentar identificar pessoas em específico."

A grande preocupação da OMS é conseguir aceder a zonas consideradas perigosas, onde precisa de ir. Mas, para isso, está a contar com o apoio da MONUSCO.