Insulina é roubada do Hospital Central de Maputo
18 de fevereiro de 2015Francisco sofre de diabetes. Regularmente, o moçambicano de 69 anos precisa de tomar insulina para tratar a doença, mas o medicamento não está disponível nas farmácias do Hospital Central de Maputo – "nem na farmácia do Hospital Central, nem na farmácia do Banco de Socorros".
Por isso, Francisco foi procurar nas farmácias privadas. Aqui, há à venda frascos de insulina que não custam os habituais 12 cêntimos de euro, mas cerca de 20 euros.
Dona Penina, outra doente, acusa os médicos de má fé por recomendarem a aquisição do medicamento fora do hospital. "Às vezes, o médico receita dois frascos de insulina mas na farmácia [do hospital] dão-nos apenas um, dizendo que tem de chegar para todos. No entanto, por fora há insulina à venda."
A Associação dos Diabéticos de Moçambique já não tem insulina para tantos doentes.
Insulina é roubada
"É roubo o que acontece", admite o diretor do Hospital Central de Maputo, João Fumane. "Não é suposto que estes medicamentos estejam à venda em farmácias privadas."
O diretor do hospital promete reportar a situação à Inspeção-Geral de Saúde.
Segundo Fumane, também foram tomadas medidas a nível interno para que haja sempre insulina nas farmácias hospitalares.
"Esta é uma situação que não deveria acontecer porque temos aqui vários mecanismos para garantir que os medicamentos vitais e essenciais não faltem aos doentes."
O desvio de medicamentos nos hospitais é um problema de que frequentemente se queixa o Ministério da Saúde de Moçambique.