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ConflitosIsrael

Israel confirma combates "em toda a Faixa de Gaza"

Lusa | AFP | bd
25 de dezembro de 2023

O Exército israelita confirmou hoje que as suas tropas terrestres, aéreas e navais estão a participar em combates conjuntos "em toda a Faixa de Gaza" e atacaram vários "alvos do Hamas". Papa apela ao fim da guerra.

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Gaza | Nahostkonflikt | Kämpfe
Foto: Menahem Kahana/AFP

"As tropas atacaram vários alvos terroristas do Hamas, incluindo células terroristas identificadas perto das tropas, terroristas escondidos em edifícios adjacentes às tropas e postos militares a partir dos quais os terroristas dispararam contra as tropas", disse o Exército israelita, em comunicado.

O Exército também informou que um avião de combate "eliminou" um comandante do Hamas na zona de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, operação em que foram identificados outros milicianos armados com foguetes, que também foram atingidos pelos aviões do Hamas da Força Aérea de Israel.

Na cidade de Khan Yunis, reduto do Hamas no sul do enclave, as tropas terrestres realizaram um "ataque seletivo" à residência de outro comandante do grupo, em que foram encontradas armas, para procederem depois à destruição da casa.

As forças terrestres também eliminaram no norte de Gaza "vários elementos de Hamas" que foram identificados num complexo militar do Hamas, uma infraestrutura que foi desmantelada posteriormente por um avião de combate.

"Durante a atividade operacional em Beit Lahia [cidade situada ao norte de Jabalia, próxima a Beit Hanoun e à linha do Armistício de 1949 com Israel] foram localizadas diversas armas pertencentes à organização terrorista Hamas, como espingardas Kalashnikov, dispositivos explosivos prontos usar com detonadores e carregadores", indicou o Exército israelita.

Papa Francisco proferiu a sua mensagem de Natal, na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Papa Francisco apelou hoje ao fim das operações militares em GazaFoto: Tiziana Fabi/AFP/Getty Images

Papa deplora "situação humanitária desesperada"

O Papa Francisco lamentou esta segunda-feira a situação humanitária desesperada dos palestinianos em Gaza e apelou a um cessar-fogo imediato e à libertação dos reféns na sua mensagem de Natal.

"O meu coração está triste pelas vítimas do abominável ataque de 7 de outubro e reitero o meu apelo urgente para a libertação daqueles que ainda são mantidos reféns", disse o Papa de 86 anos na sua tradicional mensagem de Natal.

"Peço o fim das operações militares, com a sua terrível colheita de vítimas civis inocentes, e apelo a uma solução para a situação humanitária desesperada através de uma abertura à prestação de ajuda humanitária", disse ele a milhares de fiéis reunidos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Cerca de três meses após o início da guerra entre Israel e o Hamas, a situação humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica, segundo as Nações Unidas, com 85% da população deslocada.

Netanyahu diz que a guerra vai durar muito tempo

Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu
Netanjahu quer destruir Hamas Foto: Ohad Zwigenberg/AP/dpa/picture alliance

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que Israel vai continuar com a sua ofensiva terrestre em Gaza nos próximos dias, apesar dos esforços internacionais para travar os combates.

Em declarações aos membros do seu partido Likud, na segunda-feira, Netanyahu disse que a guerra "não está perto de terminar".

Netanyahu falou depois de regressar de uma visita às tropas que combatem em Gaza. Os comentários surgem quando o Egipto está a apresentar uma ambiciosa proposta ambiciosa para acabar com a guerra entre Israel e Hamas.

"Não estamos a parar. Continuamos a lutar e estamos a alargar e estamos a expandir a luta nos próximos dias", disse Netanyahu. "Será uma longa batalha e não está perto de terminar".

A guerra começou a 7 de outubro, quando os homens armados do Hamas atravessaram a fronteira militarizada de Gaza e mataram cerca de 1.140 pessoas em Israel, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados israelitas.

Os militantes palestinianos também raptaram cerca de 250 pessoas, 129 das quais permanecem em Gaza, de acordo com as autoridades israelitas.

Jurando destruir o Hamas, Israel lançou um bombardeamento implacável e uma invasão terrestre de Gaza, onde 20 424 pessoas foram mortas, na sua maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do território, gerido pelo Hamas.

Israel controla o acesso a Gaza e a ajuda tem vindo a chegar do Egipto. Na semana passada, Israel aprovou a entrega de ajuda através da sua passagem de Kerem Shalom, mas esta é extremamente insuficiente para satisfazer as necessidades do território devastado.

O Papa apelou também à resolução do conflito israelo-palestiniano "através de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, sustentado por uma forte vontade política e pelo apoio da comunidade internacional".

Israel-Hamas: Porque falham as negociações na ONU?