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Jornalista desaparecido no norte de Moçambique

Lusa | tms
10 de abril de 2020

Ibraimo Abu Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma, em Cabo Delgado, está desaparecido e incontactável desde terça-feira (07.04). A informação foi avançada por familiares e fonte do órgão de comunicação.

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Foto: DW/A. Chissale

Além das fontes ouvidas pela agência de notícias Lusa, o MISA Moçambique divulgou na quinta-feira (09.04) um comunicado no qual afirma que o jornalista terá sido sequestrado ao final da tarde em circunstâncias por apurar.

"Ao que o MISA Moçambique apurou, Ibraimo Mbaruco saiu de casa para a rádio por volta das 15h do dia 7 de abril, onde esteve a trabalhar até cerca das 18h", descreve o comunicado da organização de defesa da liberdade de imprensa. O que se passou depois é uma incógnita.

O MISA refere que Ibraimo terá enviado uma curta mensagem (SMS) a um dos seus colegas de trabalho, informando que estava "cercado por militares". No entanto, "uma breve investigação do MISA Moçambique conseguiu apurar que Ibraimo Mabaruco não se encontra no quartel de Palma", acrescenta o comunicado da organização.

Apelo às autoridades

O caso já foi relatado às autoridades locais, às quais o MISA apela no sentido de que "usem todos os meios para permitir que o jornalista seja restituído à liberdade".

Praca 25 de Setembro, Palma in Cabo Delgado, Mosambik
Sede do Governo de PalmaFoto: privat

A Lusa tentou obter esclarecimentos junto das autoridades policiais, mas ainda não obteve informação adicional.

Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos de extração de gás natural, vê-se a abraço com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista, que já mataram pelo menos 350 pessoas nos últimos dois anos e meio.

Outros casos

Em 2019, dois jornalistas locais na região que cobriam o tema, Amade Abubacar e Germano Adriano, foram detidos e maltratados pelas autoridades durante quatro meses, sob acusação de violar segredos de Estado e incitar à desordem, num caso contestado pelas Nações Unidas e outras organizações. Durante os primeiros dias de cativeiro foram mantidos incomunicáveis. 

"Atos de violência e detenções arbitrárias de jornalistas contrariam todos os princípios de uma democracia ancorada na supremacia da lei e no respeito pelos direitos humanos. Violam, de forma flagrante, todas as disposições da Constituição da República de Moçambique, no que diz respeito à liberdade de expressão e liberdade de imprensa", conclui o MISA Moçambique, no comunicado em que manifesta preocupação com o caso de Ibraimo Abu Mbaruco.

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