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José Eduardo dos Santos: bem visto por poucos, mal visto por muitos

Nelson Sul D'Angola (Luanda)26 de setembro de 2014

Completam-se esta sexta-feira (26.09) dois anos que José Eduardo dos Santos tomou posse como Presidente de Angola, pela primeira vez eleito. Para muitos angolanos as promessas eleitorais ainda não foram cumpridas.

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José Eduardo dos Santos Angola, Presidente de AngolaFoto: Reuters

A 26 de setembro de 2012 José Eduardo dos Santos era empossado, pela primeira vez como Presidente eleito do país, na sequência das eleições gerais de 31 de agosto de 2012, onde o seu partido, o MPLA, obteve 72% dos votos.

José Eduardo dos Santos, que chegou ao poder em 1979, nunca tinha sido legitimado pelo voto popular. Tornou-se Presidente por indicação do bureau político do MPLA na sequência da morte de Agostinho Neto, o primeiro Presidente da República Popular de Angola.

"Angola a crescer mais e a distribuir melhor", foi o lema do manisfesto eleitoral e do programa de governação do MPLA apresentado aos eleitores em 2012, aquando das eleições.

Promessas foram cumpridas?

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Isaías Samakuva, líder da UNITAFoto: DW/Renate Krieger

Eliminar a fome e reduzir a miséria, diminuir as desigualdades entre as pessoas e entre as regiões, melhoror a governação, em todos niveis do poder, e reforçar a democracia e a capacidade institucional do país, garantir o crescimento do país de forma sustentada, com estabilidade económica e melhor distribuição do rendimento nacional e promover a diversificação da economia e das atividades produtivas, diminuindo a dependência da atividade petrolífera, foram algumas das promessas feitas pelo MPLA aos eleitores.

Dos Santos, jurou ainda respeitar e fazer cumprir a Constituiçao do pais.

"Defender a paz e democracia e promover a estabilidade, o bem estar e o progresso social de todos os angolanos."

No discurso de investidura, José Eduardo dos Santos tinha ainda prometido como prioridade do mandato do seu Governo, manter a estabilidade política, mediante a promoção, defesa e consolidação da paz.

Dois anos depois o Presidente do maior partido na oposição, UNITA, Isaías Samakuva, em conferência de imprensa, reprovou a ação do Governo: "Para nós o senhor Presidente José Eduardo dos Santos não é uma solução viável para Angola, mas há quem pense o contrário ."

Isaías Samakuva prossegue dizendo que "e o veredito seria do povo se houvesse eleições livres e transparentes. Mas como até aqui o país ainda não conheceu eleições livres nem transparentes, podemos dizer que o Presidente José Eduardo dos Santos poderá, mais uma vez, continuar a governar Angola."

Presidente entre plausos e críticas

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Uma rua em más condições no Cazenga, LuandaFoto: DW/Renate Krieger

O desempenho dos dois anos do Governo saído das eleições gerais de 31 de agosto de 2012 foi igualmente objeto de avaliação por parte dos populares em Luanda.

Entrevistados pela DW África muitos angolanos reprovaram a governação de José Eduardo dos Santos, mas houve também quem defendesse que as promessas eleitorais do MPLA estão a ser cumpridas.

Um deles disse que "prova disso podemos verificar aquilo que foi a intervenção do Presidente da República no empossamento do novo governador da província de Luanda. Podemos ver a preocupação que o Governo tem em cumprir as promessas feitas."

Já outro angolano diz que "em Angola ainda não se faz sentir o princípio de separação de poderes, porque o grande probelma no nosso país é que todos os poderes assentam no chefe de Estado. Aliás, isto é política, e quando se fala em política diz-se mais e faz-se pouco."

E a lista de queixas prossegue: "Isso é a queixa do povo, há povo que não tem água, que não tem luz", afirma um desses angolanos entrevistados pela DW África.

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