João Lourenço pede reestruturação urgente do Conselho da ONU
11 de abril de 2023Falando em Luanda, na abertura do conselho consultivo alargado do Ministério das Relações Exteriores de Angola, João Lourenço referiu-se a regiões como África e a América do Sul, "cuja voz não pode ser negligenciada, porque pode ser determinante na tomada de decisões das questões fulcrais como a paz e segurança, a segurança alimentar a defesa do ambiente, saúde pública e outras que tem a ver com a sobrevivência a nível global".
"Não foram encontradas ainda as soluções seguras e duradouras para as situações de conflitos perigosos e prolongados como o da península coreana e israelo-palestino, cujas resoluções do Conselho de Segurança vêm sendo desrespeitadas e ignoradas", disse.
O chefe de Estado angolano relembrou que nunca houve uma paz efetiva no mundo após a segunda guerra mundial, apesar de ter surgido a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo papel é o de garantir a paz e a segurança mundiais.
Segundo João Lourenço, a ausência do equilíbrio de interesses está na origem de muitos dos problemas atuais. "Daí a necessidade de os líderes mundiais assumirem a responsabilidade de fazerem uma profunda reflexão sobre o papel central e incontornável que as Nações Unidas devem ter, de modo a que os destinos da humanidade sejam construídos na base do escrupuloso respeito e observância das normas do direito internacional e da carta das Nações Unidas", frisou.
Conflitos armados em África
O Presidente angolano lembrou que África enfrenta inúmeros conflitos armados, alguns internos e outros entre países vizinhos, situações para as quais Angola tem procurado com a sua experiência ajudado a debelar os problemas que afetam os seus países vizinhos.
Tudo "para que dialoguem, negociem a paz e, assim, passarem a dedicar todas as suas energias e recursos disponíveis ao serviço exclusivo e desenvolvimento económico e social dos seus países", referiu.
João Lourenço frisou que a diplomacia angolana defende a resolução negociada e pacífica dos conflitos seja de que dimensão e envergadura forem e em qualquer continente.
"O mundo acompanha com muita preocupação o eclodir da guerra da Rússia contra a Ucrânia e a anexação de territórios de um país independente, situação que Angola condena", referiu.
Lourenço apelou "a um cessar-fogo incondicional para se criar o ambiente para o início de negociações, para o estabelecimento de uma paz duradoura e se evitar o escalar de uma guerra que já casou a maior crise humanitária, alimentar e energética que o mundo conhece desde o fim da segunda guerra mundial, em 1945, e por representar a maior ameaça à paz e segurança mundiais pelo envolvimento direto ou indireto das maiores potencias internacionais".