LAM e Odebrecht: Moçambique investiga alegados subornos
1 de fevereiro de 2017Moçambique tem conseguido do Brasil uma cooperapositiva na questão do suposto caso de corrupção, disse o porta-voz do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) Eduardo Sumana, em conferência de imprensa na terça-feira (31.02) sobre o balanço de 2016 das atividades do órgão da Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Devemos mencionar que os factos em questão ocorreram em vários países, neste momento estamos num estágio avançado [das investigações] e a resposta tem sido positiva", afirmou Eduardo Sumana.
Documentos da justiça brasileira divulgados no final do ano passado revelam que a fabricante brasileira Embraer terá pago 800 mil dólares (741 mil euros) a gestores da companhia área nacional Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a um intermediário, também moçambicano, pela venda de duas aeronaves em 2009.
O valor foi depositado numa conta, em São Tomé e Príncipe, de uma sociedade fictícia propositadamente criada para atuar no esquema de corrupção.
O alegado esquema de suborno faz parte de pagamento ilícitos que a fabricante brasileira terá efetuado em vários países e que obrigaram a Embraer a pagar 225 milhões de dólares (208,4 milhões de euros) à justiça norte-americana como parte de um acordo judicial para o encerramento do processo.
A justiça norte-americana envolveu-se no caso pelo facto de algumas das contas usadas nos alegados esquemas de corrupção da Embraer estarem domiciliadas em solo americano.
O porta-voz do GCCC adiantou que a justiça moçambicana também pediu à contraparte brasileira os nomes de moçambicanos que terão recebido 900 mil dólares de subornos (833 mil euros) da construtora Odebrecht, para que a empresa construísse o Aeroporto Internacional de Nacala, província de Nampula, no norte de Moçambique.