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Mali: CEDEAO admite levantar sanções em breve

Lusa | gcs
1 de outubro de 2020

O representante da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em Bamako entregou ao Presidente de transição do Mali uma mensagem a dizer que as sanções podem ser levantadas brevemente.

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Bah Ndaw, líder da transição no MaliFoto: Habibou Kouyate/AFP

O Presidente de transição do Mali, Bah Ndaw, recebeu esta quinta-feira (01.10) o representante da CEDEAO no país, Hamidou Boly, que lhe entregou uma mensagem da organização sugerindo o levantamento das sanções, impostas contra o Mali, após o golpe de Estado de 18 de agosto, que "há muito que tardava", disseram os serviços da presidência.

Hamidou Boly foi o "portador de uma mensagem do mediador da CEDEAO, sugerindo que as sanções poderiam ser levantadas em breve", anunciou a presidência transitória do Mali nas redes sociais.

A CEDEAO fechou as fronteiras dos seus Estados-membros com o Mali e suspendeu os fluxos comerciais e financeiros com o país a 20 de agosto, dois dias após o golpe militar que derrubou o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, exigindo ainda o regresso à ordem constitucional. 

A junta militar que liderou o golpe prometeu devolver o poder à população civil após 18 meses e nomeou um presidente e primeiro-ministro de transição, acolhendo assim algumas exigências feitas por aquela organização.

Outras, no entanto, continuam por satisfazer.

Condições da CEDEAO

A CEDEAO exige que o cargo de vice-presidente, instituído pela junta, seja privado da prerrogativa de substituir o Presidente, se este último não puder exercer o cargo.

Mali I Nationalfeiertag in Bamako
Coronel Assimi GoitaFoto: Michele Cattani/AFP/Getty Images

O cargo de vice-presidente foi entregue ao chefe da junta, o coronel Assimi Goita. A CEDEAO receia que a junta possa recuperar o controlo numa transição em que já desempenha um papel proeminente.

O cargo de vice-presidente e as suas funções deverão constar de uma "carta", uma espécie de documento fundamental, ao qual a junta se refere para organizar a transição.

Contudo, nenhuma versão oficial final deste texto, de acordo com o qual o presidente e o vice-presidente tomaram posse a 25 de setembro, foi publicada.

A CEDEAO está a solicitar a publicação deste documento. Uma fonte próxima da junta disse que poderia ser revelada em breve, mas que permaneceria anónima.

A organização regional apela também à dissolução da junta e à libertação das figuras civis e militares detidas durante o golpe, que ainda se encontram na prisão.

O levantamento das sanções e a formação de um governo eram anunciados por uma questão de dias após a tomada de posse de Bah Ndaw e a nomeação de um primeiro-ministro de transição, no domingo. 

No entanto, o governo de transição ainda não foi nomeado.

O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, disse há dias que ainda há "zonas cinzentas" por esclarecer com o Mali, particularmente em relação ao vice-presidente, antes de a CEDEAO levantar as sanções.

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