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Junta autoriza saída do país de ex-Presidente do Mali

AFP | Lusa
4 de setembro de 2020

No Mali, o Presidente deposto por um golpe militar, Ibrahim Boubacar Keita, teve alta da clínica onde foi hospitalizado devido a um AVC.

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Mali Putsch Pressekonferenz
Foto: picture-alliance/dpa

Na quinta-feira (04/09) Ibrahim Boubacar Keita recebeu a visita do coronel Assimi Goïta, líder da junta militar que tomou o poder. Os opositores de Keita concordam que seja evacuado para tratamento médico fora do Mali, de acordo com Nouhoum Sarr, um dos líderes do movimento M5 RFP.

"Para além das diferenças políticas que possamos ter tido, as questões humanitárias transcendem tudo isto. Ele é um compatriota, é um humano. Desejamos-lhe boa saúde e uma rápida recuperação", disse Sarr, que acrescentou: "Acreditamos que ele pode ser evacuado se os nossos estabelecimentos de saúde não permitem cuidar do seu estado e saúde".

Ibrahim Boubacar Keita, de 75 anos, foi deposto por um grupo de oficiais em 18 de agosto, depois de sete anos no poder no Mali e meses de contestação da sua governação. Os protestos populares visavam a incapacidade do Governo de dar resposta à insurreição jihadista e e ao declínio acelerado da economia. Opunham-se ainda à presença maciça da França no país e apontavam o dedo à corrupção. Após o golpe militar, o ex-chefe de Estado esteve detido até 27 de agosto, quando foi autorizado a regressar a casa pela junta, não tendo sido visto em público desde então.

Junta autoriza saída do país de ex-Presidente do Mali

Abertura da conferência nacional no sábado

Bandiougou Bidia Doucoure, um antigo governante e veterano da política no Mali, defende que o Estado maliano deve cuidar de saúde do Presidente deposto. "Os malianos não devem aceitar que o Presidente (IBK) morra aqui. Ninguém deseja a sua morte".

Para Doucoure, isso não implica quer o ex-Presidente não responda por acusações de má-governação de que está a ser alvo: "Ele deve restabelecer-se, e depois, se amanhã ou depois de amanhã houver julgamento, isso é mais normal".

Entretanto, a junta militar que assumiu poder no Mali anunciou nesta sexta-feira (04.09), que a conferência nacional sobre a organização do período de transição no Mali começa neste sábado (05.09). Segundo Ismael Wague, porta-voz dos militares, a junta vai reunir delegados regionais e da diáspora para discutir o futuro do país. O diálogo nacional continuará de 10 a 12 de setembro de com a participação de delegados regionais e nacionais e os da diáspora.

Além da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Africana, a ação militar já foi rejeitada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia (UE).

Maliano regressado de França luta pelo seu sonho