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Maputo: Aumento dos preços dos transportes gera críticas

30 de novembro de 2021

Município de Maputo adiou para 2 de janeiro o aumento dos preços dos transportes semicoletivos, vulgo "chapas", mas as críticas já se fazem ouvir. Munícipes lembram salários "magros". Para operadores, aumento não chega.

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Transporte semicoletivo de passageiros em Maputo
Foto: Imago/Xinhua

Andar de transporte semicoletivo de passageiros, conhecido como "chapa", na capital moçambicana e na cidade da Matola deveria ficar mais caro já esta quarta-feira, 1 de dezembro. No entanto, a medida foi adiada para 2 de janeiro, uma vez que a nova tarifa ainda ainda tem de ser analisada na Assembleia Municipal de Maputo, em meados de dezembro, segundo um comunicado do município de Maputo.

A proposta de aumento indica que para as distâncias mais curtas, até 10 quilómetros dentro da capital, a tarifa passa de 10 para 12 meticais, o equivalente a 17 cêntimos de euro.

A tarifa para as distâncias mais longas, de 25 quilómetros, também vai aumentar: "Quem está a sair para o Zimpeto e tem que fazer um percurso longo, cerca de 23 quilómetros, passará a pagar não 12 mas 15 meticais [cerca de 21 cêntimos de euro]", explica o vereador para a área da Mobilidade, Transporte e Trânsito na capital, José Nichols.

As opiniões dos munícipes ouvidos pela DW divergem quanto ao aumento da tarifa. Uns estão contra, mas outros até concordam, desde que as rotas não sejam encurtadas, uma vez que "[os operadores] têm estado a defender os encurtamentos de rotas para maximizar as suas receitas, tendo em conta a tarifa que é baixa".

Para muitos, "não é possível aumentar o chapa quando o salário é magro, está complicado mesmo".

Crise dos transportes em Maputo aproxima estranhos

E há também críticas ao sistema caótico de transportes na cidade de Maputo: "Temos que fazer ligações, temos que gastar muito, mesmo, e cobram muito", queixa-se um dos entrevistados.

Aumento não chega, dizem operadores

O aumento da tarifa é justificado pelos transportadores com a subida do preço dos combustíveis, a 21 de outubro. Mesmo assim, os "chapeiros" dizem que o preço não compensará os custos.

"Gastamos muito combustível e não temos recompensa", lamenta um dos motoristas.

"A estrada não permite, os carros avariam, as estradas enchem-se de água e a situação está muito complicada", afirma outro "chapeiro".

Para outro operador, o aumento "é justo, mas têm que subsidiar os transportadores e manter o preço do chapa". De qualquer forma, ressalva, "o munícipe será muito sacrificado".

Segundo Castigo Nhamane, presidente da Federação Moçambicana dos Transportadores (FEMATRO), este é o aumento possível.

"Nós achamos que já é oportuno há muito tempo. Apresentámos no ano passado o pedido de aumento da tarifa ao Ministério dos Transportes. E, com este último reajuste dos preços de combustíveis, aí os operadores já não suportam, não aguentam mais, não dá para andar", justifica.

A última vez que o preço do "chapa" aumentou foi em março de 2018.

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