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Matsangaíssa Júnior diz que Nhongo se vai render em breve

Lusa
4 de maio de 2021

André Matsangaíssa Júnior, antigo membro influente da dissidência da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), disse hoje que Mariano Nhongo, líder do grupo, vai em breve deixar as matas e juntar-se ao processo de paz.

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 RENAMO Guerillakämpfer in Gorongosa, Mosambik
Mariano Nhongo é apontado pelas autoridades como responsável pelos ataques armados no centroFoto: DW/A. Sebastiao

"Eu confirmo que em breve o presidente Mariano Nhongo vai se entregar, de modo que haja paz no centro de Moçambique. Há contactos em alto nível sobre a saída da Mariano Nhongo das matas, mas não posso avançar detalhes", anunciou André Matsangaíssa Júnior, em declarações à imprensa local.

O antigo membro da dissidência falava durante uma cerimónia que marcava a passagem do terceiro ano após a morte do histórico líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, na sua terra natal, Mangunde, na província de Sofala, na segunda-feira (03.05).

O grupo liderado por Mariano Nhongo é apontado pelas autoridades como responsável pelos ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde 2019 em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, centro de Moçambique.

Moçambique: Desmobilizados da RENAMO vivem com medo

André Matsangaíssa Júnior acompanhou Mariano Nhongo na sua primeira aparição anunciando a criação da Junta Militar da RENAMO, em 2019, ostentando uma AK47 e uniforme da antiga guerrilha do principal partido de oposição em Moçambique.

Saída das matas

Mais tarde, em março deste ano, André Matsangaíssa Júnior anunciou a sua saída das matas após um encontro com o chefe de Estado em Maputo, tornando-se, assim, no terceiro rosto da autoproclamada Junta Militar da RENAMO que se rendeu, depois de João Machava e Paulo Nguirande.

No mesmo mês, o líder da autoproclamada Junta Militar da RENAMO desdramatizou as deserções de membros influentes do seu grupo, acusando-os de traição, incluindo André Matsangaíssa Júnior.

A autoproclamada Junta Militar da RENAMO contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz assinado entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente do principal partido de oposição, em agosto de 2019.