Polícia detém suspeitos de tráfico de drogas em Cabo Delgado
26 de dezembro de 2019As autoridades moçambicanas detiveram 13 suspeitos que transportavam pouco mais de 430 quilogramas de drogas numa embarcação ao largo da baía de Pemba, na província nortenha de Cabo Delgado, disse esta quinta-feira (26.12) à agência Lusa fonte da corporação.
"Esta embarcação foi encontrada em circunstância normais e a polícia notou-se que a tripulação estava muito agitada, tendo as autoridades efetuado a busca e notado que havia droga na embarcação", disse o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, Augusto Guta, referindo-se ao caso que ocorreu na segunda-feira (23.12).
Segundo a polícia, os 13 tripulantes, de nacionalidade paquistanesa e com idades entre 20 e 70 anos, levavam na embarcação drogas como heroína e ice e são suspeitos de pertencer a uma rede de tráfico internacional de heroína, um grupo que usava a costa moçambicana.
A droga era transportada numa embarcação que terá danificado o casco, após ficar encalhada ao largo da baía de Pemba. Quando notou a aproximação da polícia, o grupo terá tentado destruir a embarcação para apagar evidências. "Pelos documentos que traziam, mostram que se trata de estudantes paquistaneses, pelo menos na sua maioria, e neste momento estão sob custodia das forças de defesa e segurança", acrescentou a polícia.
Mais estrangeiros detidos
Trata-se da segunda detenção de estrangeiros suspeitos de tráfico de drogas em Cabo Delgado. No dia 16 de dezembro, as autoridades intercetaram uma embarcação com 15 cidadãos estrangeiros que transportavam 1,5 toneladas de heroína, na costa da província nortenha de Cabo Delgado.
Segundo o porta-voz da Polícia em Cabo Delgado, a embarcação apreendida na segunda-feira (23.12) tem as mesmas características da que foi intercetada no dia 16 de dezembro, também na costa da província.
Na ocasião, as autoridades detiveram 12 dos 15 cidadãos estrangeiros que seguiam na embarcação, sendo que os restantes são dados como desaparecidos.
"Corredor do tráfico"
Em setembro, o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) alertou que Moçambique se tornou um corredor de grandes volumes de substâncias ilícitas, principalmente, heroína, defendendo uma maior cooperação internacional para a prevenção desse mal.
"Após a melhoria das capacidades de aplicação da lei marítima pela vizinha Tanzânia e no Quénia, apreensões recentes sugerem que um grande volume de produtos ilícitos está a ser agora traficado por Moçambique", declarou, na altura, César Guedes, representante do UNODC no país.