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Constitucionalista Gilles Cistac morreu

Nádia Issufo / Madalena Sampaio / Lusa3 de março de 2015

O constitucionalista moçambicano Gilles Cistac morreu hoje (03.03) no Hospital Central de Maputo, vítima de vários tiros disparados por desconhecidos no centro da capital, informou o diretor da unidade hospitalar.

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Foto: A Verdade

Gilles Cistac, professor catedrático de Direito Constitucional na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), foi atingido por três tiros, na avenida Eduardo Mondlane, no coração da capital, noticia esta terça-feira (03.03) a imprensa moçambicana.

O académico de origem francesa, especialista em assuntos constitucionais de Moçambique, foi depois de baleado por desconhecidos encaminhado para o Hospital Central de Maputo.

O constitucionalista estaria a ser alvo de ameaças. Segundo o Canalmoz, Gilles Cistac chegou a apresentar uma queixa à Procuradoria-Geral da República (PGR), a informar que estava a ser vítima de intolerância política.

Numa entrevista recente à DW África, o constitucionalista moçambicano afirmou que, para criar uma "república autónoma", como pede o maior partido da oposição, seria preciso mudar a Constituição. Mas isso não se aplica à criação de "províncias autónomas".

"A Constituição não fala de regiões autónomas, por isso não devemos associar o conceito de "regiões" a autonomia. Mas é possível falar de "províncias autónomas", porque, segundo a alínea 4 do artigo 273 da Constituição, o legislador pode estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou inferiores à circunscrição territorial do município ou da povoação."

Uma declaração que fortaleceu a posição da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de gestão autónoma na sua querela com o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Governo moçambicano reage: "Um ato macabro"

O Governo de Moçambique considerou o baleamento do constitucionalista Gilles Cistac "um ato macabro" e instruiu o Ministério do Interior no sentido de encontrar os responsáveis para que sejam "exemplarmente punidos".

"O Governo, reunido em mais uma sessão, considera que este é um ato macabro e por isso condena-o veemente e instruiu o Ministério do Interior para continuar as perseguições, com vista a neutralizar e capturar os autores", disse António Gaspar, conselheiro da presidência moçambicana que falou em nome do Conselho de Ministros.

O Governo, afirmou António Gaspar, espera que os autores deste crime sejam encontrados e "exemplarmente punidos", referindo-se a Cistac como uma "figura incontornável" da sociedade moçambicana.

(em atualização)

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