Autocarro de passageiros e camião atacados em Sofala
1 de agosto de 2019O local do ataque desta quarta-feira (31.07) localiza-se a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, onde o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, Ossufo Momade, assinam esta quinta-feira (01.08) o acordo de cessação das hostilidades militares.
O secretário-geral da RENAMO disse à Lusa que peritos militares do partido, Governo e da comunidade internacional estão a trabalhar para a identificação dos autores do ataque armado.
"A RENAMO não tem conhecimento dos autores dessa ação, mas sabe que o Grupo de Verificação de Cessação das Hostilidades militares está a trabalhar para a identificação dos autores", declarou André Majibire.
O camião ficou imobilizado na sequência dos tiros e o autocarro conseguiu seguir viagem, mas foi atingido por balas, apresentando furos de projéteis nos lados.
O troço onde ocorreu o ataque foi palco de ataques regulares a veículos durante os confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da RENAMO, entre 2013 e 2015.
Os veículos alvejados naquela localidade do distrito de Marínguè seguiam na direção Nhamapadza - Gorongosa. Um jornalista que vive na Beira, capital da província de Sofala, disse à Lusa esta quinta-feira que, na sequência do ataque ocorrido em Nhampadza, a tripulação de um autocarro de passageiros que devia ter viajado para a cidade de Quelimane, província da Zambézia, também na região centro, adiou a viagem por medo.
Acordo de paz
O ataque ocorreu algumas horas após o Presidente moçambicano ter anunciado no Parlamento que vai assinar hoje o acordo de cessação das hostilidades militares com o líder da RENAMO.
Nas últimas semanas, um grupo de guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição alertou o Governo para a continuação da instabilidade militar no país, caso assine o acordo de cessação das hostilidades militares com Ossufo Momade, exigindo a renúncia deste do cargo de presidente da Renamo.
O grupo avisou que não vai aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que se iniciou na segunda-feira, enquanto Momade continuar presidente da RENAMO.