Empresários do turismo pressionam Governo a reabrir praias
3 de novembro de 2021A iniciativa dos empresários do turismo em Moçambique acontece numa altura em que o que setor já se sente sufocado pelo impacto da pandemia do novo coronavirus.
Na última comunicação à nação sobre o estado de calamidade, na sequência da pandemia de Covid-19, o Presidente Filipe Nyusi aliviouuma parte considerável das medidas, mas não reabriu as praias.
Os aglomerados, consumo de bebidas alcoólicas e música alta são as justificações para as praias se manterem interditas. Cidadãos que veem a praia como ponto de lazer lamentam a medida do Presidente, mas concordam que as enchentes criam desordem de todo o tipo.
"Toda a gente já estava a preparar-se para ir à praia. As praias estavam superlotadas e não se respeitava medidas. É aquela ansiedade de querer estar com os amigos a curtir aqueles momentos. Toda a gente gosta de praia, para conversar com amigos, família...", disse um residente à DW África.
Soluções para a crise
Neste altura de verão em Moçambique, o calor é intenso, mas as praias estão vazias e os empresários e negociantes procuram soluções para a crise.
Nesta terça-feira, (02.11), no encontro para análise da robustez empresarial da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), o responsável pelo pelouro do turismo, Mohamed Abdula, manteve que há alternativas às aglomerações.
"Nós queremos que o Governo arranje formas de conseguir manter as praias abertas para os turistas, numa primeira fase, até isto melhorar e sem aglomerações. Por exemplo, nós sabemos que as aglomerações são aos fins de semana. Talvez então deixamos as praias fechadas aos fins de semana e abrirmos durante a semana", sugeriu.
Os casos de Covid-19 em Moçambique registam reduções acentuadas e o Governo aliviou algumas medidas, Mas Maputo teme que, com a reabertura das praias, as aglomerações possam propiciar o surgimento de uma quarta vaga da pandemia.
Cancelamento de reservas e prejuízos
Mohamed Adbula queixa-se dos prejuízos que o fecho das praias está a causar aos empresários, incluindo pelo cancelamento das reservas pelos turistas.
"Entra-se num estado de falta de liquidez para poder reembolsar aquilo que foi reservado, que foi pago e que não vai ser usado. Isto tudo cria, infelizmente, este clima desagradável que estamos a viver no setor", lamenta.
O sindicato do setor da Hotelaria e Turismo veio reforçar o pedido de socorro dos empresários porque, segundo o líder sindical Albino Mareleco, a situação tem vindo a resultar em muitos despedimentos.
"Nós, como sindicato, queríamos exortar os empregadores para poderem enquadrar esses trabalhadores que neste momento estão fora e continuam a ter vinculo contratual com a empresa", apelou.
Cerca de 12 mil trabalhadores do setor estão no desemprego por causa da crise pandémica que afeta o mundo desde o início de 2020.