Inhambane pede ajuda para sobreviver à crise da Covid-19
25 de março de 2021Esperança Macamo, residente no distrito de Homoine, disse à DW África que em 2020 perdeu o emprego que tinha numa organização não-governamental estrangeira e precisa de apoio para sobreviver.
"Com esta tristeza da pandemia e fome não somos apoiados, precisamos de muito apoio porque há dias atrás andaram a escrever a muita gente a dizer que iam dar dinheiro, mas não deram nada", lamenta. "Mas quando chegar [o dia do] voto vão precisar de nós", criticou.
Benjamim Chissico, residente na cidade da Maxixe, afirma que a maior dificuldade é a subida dos preços dos produtos de primeira necessidade.
"Devido à pandemia, está tudo parado, mas o problema superior é o preço das comidas nas lojas que está muito elevado. A água também é cara", adverte. "O Governo é que pode criar mecanismos para a gente viver", pede.
Governo local admite dificuldades
Fernando Bambo, presidente do município da cidade de Maxixe, tida como a capital económica da província de Inhambane, diz que o novo coronavírus, SARS-CoV-2, trouxe vários problemas e reduziu o poder de compra nas lojas e armazéns locais.
"A pandemia trouxe problemas sociais e económicos, o que significa que o poder de compra se reduziu em várias pessoas, nomeadamente no comércio, transporte e produção de alimentos", admite.
Por outro lado, o setor do turismo também tem de lidar com enormes prejuízos, como por exemplo o despedimento de trabalhadores nas diversas áreas. Só este ano mais de mil cidadãos perderam o emprego por causa da pandemia.
Para Yassine Amugy, presidente da Associação de Turismo de Vilankulo, deve apostar-se na descentralização das medidas restritivas e fortalecer o controlo da evolução pandémica.
"É porque sabemos que a pandemia vai ficar mais tempo. Mesmo com a vacina, penso que o Estado poderia aproveitar esta oportunidade para começar a desejada descentralização, monitoria a evolução da pandemia e ir adaptando as medidas de acordo com a realidade", sugeriu.
Mais despedimentos a curto-prazo
Emílio Nhantumbo, diretor provincial da Cultura e Turismo em Inhambane, reconhece que atualmente a situação pandémica está a trazer prejuízos para o setor privado.
"Acabou por afetar significativamente o turismo. O setor privado está com casas quase vazias e isso acaba por obrigar a despedir trabalhadores e a fechar empreendimentos", alerta.
Emílio Nhantumbo acrescenta que a situação pode vir a piorar. Por isso pede o cumprimento das medidas para que haja um relaxamento das restrições caso haja uma diminuição do número de novos infetados com a Covid-19.
"Vamos ter muitos despedimentos, portanto estamos numa crise que precisa do alívio das medidas restritivas", frisou.