1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Moçambique: Problemas no começo do recenseamento eleitoral

Sitoi Lutxeque (Nampula)
15 de abril de 2019

Em Nampula, o recenseamento eleitoral iniciou tarde e com vários problemas, mas autoridades eleitorais garantem que os entraves não afetarão o cumprimento das metas estabelecidas.

https://p.dw.com/p/3GoPx
Mosambik - Stadtzentrum Nampula
Foto: DW/J. Beck

O processo de registo de eleitores, que oficialmente arrancou nesta segunda-feira (15.04.) em todo o país, está a deixar revoltados os cidadãos de Nampula, no norte de Moçambique. Em causa estão problemas técnicos com os computadores para o recenseamento e a falta de conhecimentos técnicos por parte dos operadores.

Em vários postos de recenseamento por onde a DW África passou notou que o problema era quase comum. Muitos cidadãos que saíram cedo das suas casas para se recensearem não ficaram satisfeitos com a situação.

Eleitores descontentes

Jonasse Francisco é um deles e conta: "Vim recensear, mas não consegui. Fui informado que a máquina não faz fotografia. Não gostei porque vinha recensear, não é bom que aconteçam esses problemas logo no início, é uma grande preocupação."

Tony Cassiano recenseou-se no ano passado na vila autárquica de Monapo, mas depois mudou-se para a cidade de Nampula. E como mandam as normas nessas circunstâncias, Tony terá de fazer um novo, mas isso lhe foi negado."Recensiei-me fora da cidade [de Nampula], mas assim vim ter outro cartão de eleitor. Mas disseram-me  que voltasse para o distrito, mas atualmente resido em Napipine [bairro da cidade de Nampula]. Não acho correcto", lamentou.

Moçambique: Problemas no começo do recenseamento eleitoral

Ruben Jorge, um outro cidadão, foi ao posto de recenseamento da Escola Primaria Parque Popular, não para se recensear, mas para obter um novo cartão, o anterior estragou-se. Conseguiu, "mas dizem que a máquina não está a tirar fotos, por isso não há adesão de muitos eleitores. Eu aconselho aos técnicos do STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral] para que passem pelos postos para aferir os problemas e resolver."

STAE minimiza contratempos

Já as autoridades eleitorais na província de Nampula, a mais populosa do país, admitem os problemas, mas minimizam considerando-os normais e que não poderão comprometer as metas estabelecidas.Daniel Ramos, presidente da Comissão Provincial de Eleições de Nampula, falando a jornalistas, disse que "dificuldades da primeira hora sempre vão acontecer e nós vamos resolvendo aos poucos até terminar o processo. A nossa ação agora é, primeiro, mobilizar as pessoas para afluírem massivamente e depois, contornar todas as dificuldades que tivermos ao longo do processo."

Daniel Ramos
Daniel RamosFoto: DW/S. Lutxeque

A província de Nampula, o maior circulo eleitoral, foi atribuída a meta de recensear mais de dois milhões e quinhentos mil eleitores e terá duzentos mil eleitores mais do que a província vizinha da Zambézia, a segunda mais populosa do país.

CIP considera atrasos aceitáveis

Entretanto, segundo um levantamento feito pelo Centro de Integridade Pública (CIP) o recenseamento, de forma geral, arrancou com "tranquilidade" em 75% dos 7.737 postos de registo eleitoral. Aquela organização não-governamental (ONG) moçambicana indica que a maioria dos postos de recenseamento abriu com um atraso de uma hora em relação à hora oficial e a ONG considera "aceitável". 

A situação deveu-se à falta de eletricidade, baterias de computador sem carga ou problemas com painéis solares, explicou a ONG.

As eleições gerais de 15 de outubro de 2019 vão compreender as presidenciais, legislativas e provinciais, que, pela primeira vez, vão eleger governadores das províncias contra o atual modelo de nomeação.

Saltar a secção Mais sobre este tema