Moçambique: SADC apela para contenção e diálogo "pacífico"
1 de janeiro de 2025"A SADC apela a todas partes para que exerçam contenção e se abstenham de atos que aumentem a violência e agitação", refere-se num documento da SADC assinado por Samia Hassan, Presidente da Tanzânia e, atualmente, do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC.
Em causa está a crise pós-eleitoral que Moçambique atravessa desde outubro, com protestos e paralisações que têm culminado em confrontos entre polícia e manifestantes, com quase 300 mortos, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
A SADC manifesta abertura para ajudar Moçambique a partir de "mecanismos adequados" para o diálogo, destacando a necessidade de "cessação imediata de todas hostilidades".
"A SADC salienta que todas as partes devem abraçar o diálogo pacífico e construtivo como via preferida para resolver as reclamações", lê-se ainda no documento.
O Conselho Constitucional (CC) proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo como vencedor da eleição para Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da FRELIMO, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.
Este anúncio provocou novo caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane, candidato presidencial que obteve 24% dos votos segundo o CC, nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Pelo menos 175 pessoas morreram na última semana de manifestações, elevando para 277 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 586 baleados, segundo o mais recente balanço feito pela plataforma eleitoral Decide, que acompanha o processo.