UNITA está a "imiscuir-se" nos assuntos internos do MPLA
30 de junho de 2024O comunicado do MPLA surge depois da UNITA acusar o partido do poder de usar a proposta de divisão de Luanda como "uma manobra" para distrair as atenções da crise interna e da má governação e que o congresso extraordinário servirá para eleger um novo presidente para substitui João Lourenço, líder do MPLA e Presidente de Angola.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) sublinha que “a realização de um congresso é decisão dos seus militantes, sendo assunto interno de cada partido” e que pretende promover, “uma profunda reflexão sobre o percurso, as conquistas e os desafios” do país nos 50 anos de independência, que se celebram em 2025.
“Maior estranheza não poderia haver, quando um partido que se diz democrático, não se manifesta contra a reflexão que se pretende fazer, como se imiscui, com infundadas especulações, na vida interna de outro partido a quem não tem lições a dar”, criticam, acusando a UNITA de querer “promover a confusão na opinião pública com vista a facilitar os seus intentos de fomentar a instabilidade”.
Quanto ao modelo de organização político-administrativo da província de Luanda, o MPLA considera que é um assunto “do interesse de todos os angolanos”, sobretudo os de Luanda, face aos desafios que esta província tem, particularmente devido a sua crescente densidade populacional.
O MPLA diz que não confunde o processo de organização administrativa do território com o de institucionalização das autarquias e reitera o empenho em concluir o pacote legislativo autárquico.
O partido do regime realça ainda que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) privilegia uma narrativa propensa a criação de "uma situação de subversão da ordem pública", em vez de “fazer uma oposição construtiva por via de um debate plural nas instituições democráticas”.