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Normalidade nos hospitais moçambicanos apesar da greve

Lusa
5 de dezembro de 2022

Médicos moçambicanos iniciaram, esta segunda-feira, uma nova paralisação. No entanto, Ministério da Saúde garante que os hospitais do país estão a "funcionar dentro da normalidade".

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Afrika Krankenhaus - Kongo - Symbolbild
Foto: Imago/UIG/P. Deloche Godong

"A informação que nós temos, via contacto telefónico, é que em todo o país o Serviço Nacional de Saúde está a funcionar dentro da normalidade", afirmou o ministro da saúde de Moçambique, esta segunda-feira (05.12), durante uma visita ao Hospital Provincial da Matola, em Maputo.

O ministro da saúde moçambicano está a visitar unidades hospitalares para avaliar o seu funcionamento face à greve anunciada pela Associação Médica de Moçambique (AMM), tendo constatado que "um e outro médico" estão ausentes, nalgumas províncias.

Greve de 21 dias

A AMM iniciou, esta segunda-feira, uma greve nacional de 21 dias, contestando o incumprimento das suas reivindicações na aplicação da nova Tabela Salarial Única (TSU).

Hospital Central de Maputo, o maior de Moçambique, para quem chega, tudo decorre normalmente, constatou a Lusa.

"Está tudo a funcionar normalmente, estão a atender do mesmo jeito de sempre", disse Dalina Américo, que voltou ao hospital, para retirar os pontos uma semana após ter feito uma cesariana..

"Não há nenhuma agitação e nem enormes filas", afirmou Lúcia Bernardo, outra utente do hospital, ao caminhar para marcar uma consulta, depois de sair dos serviços ginecológicos. "Mesmo no laboratório não vi nada anormal", frisou.

Hospital Central de Maputo - Zentralkrankenhaus Maputo
Hospital Central de MaputoFoto: DW/J. Beck

As atividades dentro da unidade estão aparentemente a decorrer normalmente em todos os serviços, sem filas, aglomerados ou agitação.

A Lusa contactou fonte oficial do Hospital Central de Maputo, mas não obteve esclarecimentos adicionais.

Não haverá concentração ou marcha

Em declarações esta segunda-feira, o presidente da Associação Médica de Moçambique fez saber que a orientação é de que os médicos se mantenham em casa, não havendo "nenhuma concentração ou marcha".

Milton Tatia não avançou informações sobre o nível de adesão à greve ou serviços em causa.

Em novembro, os médicos adiaram a greve, após encontros com os ministros da Economia e da Saúde, para "dar tempo ao Governo" de "implementar os princípios acordados". Dos 12 pontos discutidos, foram alcançados acordos em oito, mas o Governo moçambicano cumpriu "apenas três".

A AMM aponta a "mudança constante de interlocutores por parte do Governo" e a falta de transparência sobre a "forma como os salários dos médicos estão a ser ou não processados", como alguns dos pontos que determinaram o fracasso das negociações até esta altura.

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