Países africanos enviam missão de paz a Moscovo e Kiev
16 de maio de 2023De acordo com o anúncio feito hoje pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, o objetivo da missão é tentar "encontrar uma solução pacífica para o conflito devastador".
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, "concordaram em receber a missão e os chefes de Estado africanos em Moscovo e em Kiev", disse Ramaphosa numa conferência de imprensa na Cidade do Cabo.
Ramaphosa disse ter mantido "chamadas telefónicas separadas" com Putin e Zelensky durante o fim-de-semana, onde apresentou uma iniciativa elaborada pela Zâmbia, Senegal, República do Congo, Uganda, Egito e África do Sul.
"As minhas conversações com os dois líderes demonstraram que estão prontos a receber os líderes africanos e a discutir a forma de pôr termo a este conflito", disse Ramaphosa.
"Acordei com o Presidente Putin e com o Presidente Zelensky que iria começar a preparar os encontros com os chefes de Estado africanos", acrescentou.
"Se isso vai ser bem-sucedido ou não, vai depender das discussões que serão realizadas", afirmou o chefe de Estado sul-africano.
Apoio "cauteloso" no Ocidente
Ramaphosa disse também que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha expressaram apoio "cauteloso" ao plano. Ainda segundo o Presidente sul-africano, tanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, como a União Africana (UA) foram informados sobre a iniciativa.
Considerada um dos aliados mais próximos de Moscovo no continente, a África do Sul afirma ser imparcial e absteve-se de votar sobre as resoluções da ONU sobre a guerra.
Na semana passada, rejeitou as alegações do embaixador dos EUA na África do Sul
em como teriam sido carregadas armas para um navio russo a partir de uma base naval na Cidade do Cabo, em dezembro.