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Europeias: PE inclina-se para a direita mas centro mantém-se

af | Lusa | AFP | Reuters | EFE
10 de junho de 2024

Os partidos tradicionais reafirmaram a sua maioria no Parlamento Europeu nas eleições de domingo, embora a extrema-direita se tenha reforçado em vários países, o que levou Emmanuel Macron a dissolver Parlamento francês.

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, dirigiu-se aos seus apoiantes em Bruxelas, no domingo à noite
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, dirigiu-se aos seus apoiantes em Bruxelas, no domingo à noiteFoto: Piroschka van de Wouw/REUTERS

O Partido Popular Europeu (PPE) e os socialistas foram os dois partidos mais votados para o Parlamento Europeu, segundo as últimas projeções dos resultados das eleições de domingo (09.06).

O PPE elegeu 189 deputados, o que significa um aumento de mais 13 lugares se comparado com as eleições de 2019.

Socialistas e democratas estão em segundo lugar, com 135 assentos no parlamento europeu, uma queda de quatro assentos.

Com estes resultados, Ursula von der Leyen deverá garantir um segundo mandato à frente da Comissão da União Europeia.

A extrema-direita ficou em quinto lugar, elegendo apenas 58 eurodeputados, mais nove assentos do que na atual legislatura.

Macron dissolve Parlamento francês

A subida da extrema-direita foi mais expressiva na França, onde o partido União Nacional venceu a corrida europeia com 31,5% dos votos, contra 15,2% do partido do Presidente Emmanuel Macron.

A derrota levou Emmanuel Macron a dissolver o Parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 30 de junho.

"Esta decisão é séria, difícil, mas é um ato de confiança na capacidade do povo francês de fazer a escolha mais justa para si próprio e para as gerações futuras, confiança na nossa democracia, para que a voz seja dada ao povo soberano", justificou o Presidente.

"Não posso fingir que nada aconteceu", disse ainda Macron num discurso à nação, a partir do Palácio do Eliseu, no qual reconheceu que os resultados eleitorais não foram bons "para os partidos que defendem a Europa".

A líder da União Nacional, Marine Le Pen, já disse estar pronta para governar. Considerou que estas eleições europeias confirmaram o seu movimento "como a grande força alternativa em França" e que esta é uma vitória do povo. "Estamos prontos para dar a volta ao país, prontos para acabar com a imigração em massa", prometeu.

A vitória do partido da Marine Le Pen é vista como uma ameaça aos imigrantes em França. Por isso, muitos emigrantes saíram às ruas de Paris para protestar. 

"Sinto o ódio de uma parte da população contra nós (filhos de imigrantes). Penso que há uma parte da França que nos odeia, que pensa que somos a causa dos seus problemas", disse um manifestante.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, num discurso televisivo à nação, em Paris, a 9 de junho de 2024, durante o qual anunciou que vai dissolver o Parlamento e convocar novas eleições gerais para 30 de junho
O Presidente francês, Emmanuel Macron, num discurso televisivo à nação, durante o qual anunciou que vai dissolver o ParlamentoFoto: Ludovic MARIN/AFP

AfD em segundo na Alemanha

Na Alemanha, o  partido social-democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz também sofreu uma dura derrota nas eleições: ficou em terceiro lugar com apenas 14% dos votos.

A coligação conservadora democrata-cristã CDU/CSU ficou em primeiro com 30,3% dos votos e o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou o segundo lugar com 16%. Os Verdes e os liberais do FPD, parceiros do SPD, mbém perderam votos relativamente a 2019.

Alice Weidel, uma das líderes da AfD, fala de um resultado extraordinário. "Depois de todas as profecias de desgraça, depois do bombardeamento das últimas semanas, somos a segunda força mais forte. E digo-vos que o único caminho é para frente", frisou.

Este crescimento da AfD é um aviso à navegação, alertou já Thorsten Heinze, simpatizante do SPD. "O facto de a AfD ter conseguido alcançar um resultado tão elevado é alarmante para o nosso país", afirmou.

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Socialistas vencem em Portugal

O Partido Socialista (PS) venceu em Portugal, com 32,09% dos votos e oito cadeiras, uma à frente da coalição de centro-direita Aliança Democrática (AD), liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que obteve 31,12% dos votos e sete assentos.

Em terceiro lugar ficou o partido de extrema-direita Chega, com 9,79% e dois deputados, seguido pela Iniciativa Liberal (IL), com 9,07% e outros dois lugares no Parlamento Europeu.

O partido de direita radical Irmãos de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, confirmou o favoritismo e venceu com 28%, segundo as projeções. O partido de extrema-direita Liga, do eurocético Matteo Salvini, ficou em quarto.

Na Bélgica, o primeiro-ministro Alexander De Croo demitiu-se após a derrota do seu partido liberal, primeiro nas eleições federais e regionais e agora nas europeias deste domingo.

Em Espanha, o PP conseguiu ficar à frente dos socialistas, com o novo partido Acabou-se a Festa a eleger três deputados.

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