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Leitura da sentença em setembro do caso "Mido Macias"

Milton Maluleque (Joanesburgo)25 de agosto de 2015

Agentes da polícia implicados no assassinado de Mido Macia, na África do Sul, foram considerados culpados. A sentença será lida em setembro próximo.

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Foto: picture alliance / dpa

Os oito agentes da polícia sul-africana implicados na morte do taxista moçambicano, Mido Macia, que respondiam o processo em liberdade condicional, foram considerados culpados e reconduzidos à cadeia, onde vão agora aguardar a leitura da sentença a 22 de setembro próximo.

Mido Macia, taxista de 27 anos, morreu sob custódia da polícia em fevereiro de 2013, depois de ser detido por ter estacionado o seu carro no lado errado da estrada.

O malogrado, foi agredido, algemado na parte traseira de uma carrinha da corporação e arrastado por várias centenas de metros pelas ruas de Daveytown, a leste de Joanesburgo.

Horas depois, ele foi encontrado morto numa cela, com graves ferimentos, sobretudo na cabeça, facto que resultou numa hemorragia cerebral, segundo a Polícia Independente de Investigação (IPID).

O caso chocou o mundo inteiro

O caso, classificado como premeditado, chocou o mundo inteiro por causa da forma brutal como o moçambicano morreu.O julgamento de cerca de três semanas, começou com um total de nove acusados, mas um deles viria a ser absolvido por insuficiência de provas do seu envolvimento no assassinato.

Alguns moçambicanos residentes na África do Sul disseram à DW África que "no final de tudo a justiça foi feita e os culpados foram condenados. Agora resta saber qual será a sentença. Só depois poderemos dizer se foi uma justiça totalmente feita ou não". Um outro moçambicano que se manifestou satisfeito com o desfecho do processo disse que "houve justiça, mas a família de Mido nunca irá aceitar esta tragédia".

Südafrika Polizei misshandelt Taxifahrer
População revoltada com o comportamento de alguns agentes da polícia sul-africanaFoto: Reuters

O Ministério Público tinha solicitado ao tribunal a condenação dos oito ex-agentes da polícia ao afirmar que algemaram e arrastaram a vítima pelas ruas utilizando um carro da corporação, num acto intencional.

"A justiça prevaleceu", diz embaixador de Moçambique na África do Sul

Luvuyo Mfaku, porta-voz do Ministério Público saudou o envolvimento da sociedade sul-africana neste caso ao afirmar que "os sul-africanos tiveram um papel importante na divulgação, principalmente nas redes sociais, do vídeo cujas imagens chocaram muitas pessoas. A iniciativa deu uma clara visão do que realmente aconteceu naquele fatídico dia", sublinhou Mfaku.Recorde-se, que o caso “Mido Macia” foi inicialmente julgado no Tribunal Judicial de Benoni, arredores de Joanesburgo, onde decorreu um longo processo de produção de provas, que incluiram exames de balística e de DNA, bem como fotografias tiradas no local do incidente.

Para Fernando Fazenda, Embaixador de Moçabique na África do Sul esta foi uma longa espera, mas que no fim a justiça prevaleceu. "Congratulamos o juíz que esteve à frente deste caso porque perante as manobras de alguns advogados que tentaram defender situações indefensáveis, esse magistrado conseguiu impôr a legalidade e mostrar aos cidadãos que de facto a justiça na África do Sul ainda tem muitos e grandes defesores."

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