Principal estrada de Moçambique continua à espera de reparos
29 de agosto de 2017Em Moçambique, quem circula pela Estrada Nacional Número Um (EN1), entre o posto administrativo de Pambara, na província de Inhambane, e Nicoadala, na Zambézia, precisa de ter cuidados redobrados. A principal rodovia do país está repleta de buracos e obstáculos imprevistos, como troncos ou pedras. O Governo prometeu melhorar a estrada, mas até agora nada.
Diante da falta de infraestrutura na EN1, o condutor Acácio Campira, que todos os dias transporta mercadorias no seu camião, adotou uma medida de segurança: prefere circular durante o período de dia, para evitar acidentes. "Não podes andar a arriscar. Se sair [da estrada], é só dizer: 'graças a Deus, saí'. Agora, se queres evitar [acidentes] é melhor encostar o carro, dormir e andar de dia".
Os buracos espalham-se ao longo de pelo menos 1.500 quilómetros, desde o distrito de Vilankulo, na província de Inhambane, até ao distrito de Nicoadala, na Zambézia. Abatsha Matabwa é malawiano e conduz nas estradas moçambicanas há mais de duas décadas, e também alerta para o risco de acidentes. "Se conduz a mais de 40 quilómetros por hora, vai ficar sem o carro."
Herança do conflito armado
Os troços Save-Muxungue e Inchope-Gorongosa-Caia ficaram mais degradados durante os anos do conflito armado entre a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição de Moçambique, e o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Estas zonas foram palco de ataques armados, que fizeram crateras no asfalto da estrada.
Em 2015, o Governo da província de Sofala disse que pretendia executar pequenas obras de manutenção, embora não houvesse condições de segurança para a adjudicação das obras. Mas, de lá para cá, mesmo com a trégua entre os partidos, as autoridades locais nunca mais se pronunciaram.
Em maio daquele mesmo ano, o Presidente da República, Filipe Nyusi, viajou da Beira ao distrito de Chemba via terrestre e prometeu que, a curto prazo, o arranque de obras na EN1, ligando todo o país. Entretanto, o projeto também não avançou.
Os automobilistas pedem, no entanto, ao Presidente Filipe Nyusi para agir rapidamente. Segundo Tomé António, "a estrada está muito estragada, mas assim de momento estamos a pedir o Governo para a estrada ficar bonita."