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Professores angolanos exigem respostas às reivindicações

5 de abril de 2017

Professores angolanos do ensino geral entraram em greve, convocada pelo Sindicato de Professores Angolanos e que deverá estender-se até à próxima sexta-feira. Docentes exigem respostas às várias reivindicações.

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Lehrerstreiks in Luanda -Angola
Uma sala de aula esta quarta-feira (05.04) nos arredores de LuandaFoto: DW/P.B.Ndomba

Vários alunos de muitas escolas do ensino geral, nomeadamente da província de Luanda, não tiveram aulas esta quarta-feira (05.04) devido à greve dos professores.

A DW África fez uma ronda pelas escolas Nzinga Mande, 1 de Maio e Comandante Pedale e constatou que alguns docentes compareceram mas não lecionaram durante todo o dia. Segundo os alunos, foram os próprios professores que anunciaram a paralisação aos formandos.

António Fonseca estuda a 12ª classe no Instituto Médio Politécnico do Nova Vida. O aluno disse que teve apenas aulas de matemática.

"Tivemos apenas uma aula. A maior parte das turmas não teve as aulas por causa da greve".

O segurança de uma das escolas do ensino público, localizada na Urbanização Nova Vida, em Luanda, também garantiu à nossa reportagem que "os professores estiveram nas turmas, mas não chegaram a lecionar. Os únicos docentes que deram aulas são aqueles que fazem parte da direção da escola. Alguns começaram a dar aulas e depois suspenderam", disse.

Sem medo das ameaças da entidade patronal

Lehrerstreiks in Luanda -Angola
Alunos sem aulas devido à greve dos professores (05.04)Foto: DW/P.B.Ndomba

No Bengo, os docentes aderiram em pleno à greve convocada, segundo confirmou à DW, o secretário provincial, Mbaxi Paulino. O sindicalista diz que não se sente intimidado com as ameaças da entidade patronal.

"Aqui paralisámos a cem por cento. Entre o mal menor e o mal maior, preferimos o mal maior. O mal menor, neste momento, é a penalização. E o mal maior é a condição em que os professores vivem. Vamos continuar firmes na nossa causa e temos a certeza que as faltas que vão ser aplicadas não nos vão prejudicar", destacou Mbaxi Paulino.

O Ministério da Educação de Angola diz que não existem razões para a greve e prometeu penalizar todos os professores que aderiram aos protestos que vão durar três dias.Segundo o diretor provincial da Educação em Benguela, Samuel Maleze, "os dias 5,6 e 7 são dias de trabalho. Queremos apelar aos pais para levarem as crianças à escola. O professor que não se apresentar terá falta e se não tiver justificação plausível terá um desconto no salário. Se quiser reclamar, a lei também é clara nisso”, afirmou, terminando com uma provocação para o Sinprof. "Que o sindicato lhes pague os dias que serão descontados”.

05.04.2017 Angola:Greve de professores - MP3-Mono

Greve decorre até sexta-feira

Esta greve, convocada para Luanda, e posteriormente alargada ao resto do país, deverá estender-se até sexta-feira (07.04) e poderá ainda decorrer de forma interpolada nos meses de maio e junho, caso as autoridades não respondam ao caderno reivindicativo entregue desde 2013 pelo Sinprof sobre o aumento salarial, a atualização de categorias e a redução da carga horária.

Recorde-se que o ano letivo de 2017 em Angola começou oficialmente a 1 de fevereiro e decorre até 15 de dezembro. Cerca de dez milhões de alunos frequentam os vários níveis de ensino geral.