Prémio Mo Ibrahim de "boa governação" atribuído a Pohamba
2 de março de 2015
Ao anunciar o laureado em Nairobi, esta segunda-feira (02.03), Salim Ahmed Salim, presidente do comité de atribuição do prémio, salientou "a determinação do Presidente Pohamba em defender prioritariamente a coesão e a reconciliação nacionais, num momento em que a Namíbia vivia uma fase decisiva para a consolidação da democracia e do desenvolvimento social e económico".
Salim Ahmed destacou também a capacidade do Presidente cessante da Namíbia de ganhar a confiança e o apoio do seu povo. “Durante o seu mandato, Pohamba deu provas de uma grande liderança e ao mesmo tempo uma constante e profunda humildade", acrescentou.
Promoção da democracia e melhoria do padrão de vida dos namibianos
Entrevistado pela seção kiswahili da DW, Salim Ahmed Salim, que também foi primeiro-ministro da Tanzania e antigo secrtetário-geral da OUA (Organização de Unidade Africana) sublinhou que Pohamba "fez tudo para a promoção da democracia e o melhoramento do padrão de vida da população da Namíbia, um país pequeno mas com muitos recursos naturais. E durante a presidência de Pohamba os recursos do país foram bem geridos. Por outro lado, desempenhou um papel exemplar na solução de alguns problemas sociais com destaque para o HIV-Sida. A Namíbia está entre os países com um alto nível de infeção. O Presidente cessante da Namíbia também trabalhou muito para o melhoramento da educação no país".
Eleito pela primeira vez em 2004 e depois em 2009, Hifikepunye Pohamba continua no cargo por algumas semanas, até à passagem do poder em março ao seu sucessor, Hage Geingob, atual primeiro-ministro, foi eleito em dezembro num escrutínio ao qual Pohamba não foi candidato por ter atingido o limite do número de mandatos.
Provas de excelência na liderança africana
Criado em 2007 e entregue anualmente, o Prémio Mo Ibrahim de "boa governação" reconhece líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política.Está aberto a ex-chefes de Estado ou de Governo de países africanos que tenham deixado de exercer funções nos últimos três anos e dado provas de liderança exemplar.
O ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires tinha sido o último galardoado, em 2011, tendo-se sucedido vários anos sem que o júri tivesse encontrado uma personalidade com mérito para receber o prémio.
Joaquim Chissano e Pedro Pires já distinguidos
Na primeira edição foi distinguido o antigo chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano e em 2008 ao ex-Presidente do Botsuana Festus Gontebanye Mogae. Também o antigo Pesidente sul-africano Nelson Mandela, ícone da luta contra o apartheid, foi laureado honorário do prémio em 2007.
O valor do prémio, no total de cinco milhões de dólares norte-americanos (3,7 milhões de euros), é distribuído durante dez anos em tranches de 500 mil dólares (373 mil euros).
A distinção é vista como uma forma de oferecer segurança monetária a dirigentes africanos que deixam o poder.
Recorde-se que o Comité do Prémio é presidido por Salim Ahmed Salim e integra os ex-presidentes da Finlândia Martti Ahtisaari (Nobel da Paz 2008), do Botswana Festus Mogae e da Irlanda Mary Robinson, bem como o ex-diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica e Nobel da Paz 2005, Mohamed ElBaradei, e a reitora da Universidade da Cidade do Cabo e ex-ministra da Educação moçambicana, Graça Machel.