1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Putin sobre a guerra na Ucrânia: "Resultado será alcançado"

Lusa
9 de maio de 2022

Vladimir Putin garante que a Rússia vai cumprir seus objetivos na Ucrânia. Kiev, porém, diz que a guerra iniciada por Moscovo reflete "ambições imperialistas doentes". Comunidade europeia reforça apoio aos ucranianos.

https://p.dw.com/p/4B2nm
Vladirmir Putin durante a parada militar do Dia da Vitória, em MoscovoFoto: Kirill Kudryavtsev/AFP

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou esta segunda-feira (09.05) que sem dúvida a Rússia alcançará os seus objetivos na sua campanha militar na Ucrânia, assegurando que os planos para este propósito estão a ser implementados.

Num encontro com o pai de Vladimir Zhoga, um soldado russo que morreu em 5 de março em Volnovakha, na região de Donetsk, o Presidente russo declarou que "os rapazes estão a lutar bravamente, heroicamente e com profissionalismo".

"Todos os planos estão a ser implementados. O resultado será alcançado, não há dúvida a respeito disto", disse Putin após o tradicional desfile militar na Praça Vermelha por ocasião do 77º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi.

Putin fez essas declarações apesar de não ter conseguido tomar a região de Donbass (que inclui Donetsk e Lugansk), após mais de dois meses de ofensiva militar na Ucrânia. "Se houvesse uma única oportunidade de resolver este problema [do Donbass] por outros meios pacíficos, é claro que nós a aceitaríamos, mas não nos deixaram essa opção, simplesmente não a deram", disse o chefe de Estado russo, que mais cedo, durante o seu discurso do Dia da Vitória, criticou a NATO.

Russland | Militärparade am 9. Mai in Moskau
Celebração do Dia da Vitória na capital russaFoto: Sefa Karacan/AA/picture alliance

"Ambições imperialistas doentes"

Por seu turno, a Presidência ucraniana respondeu hoje ao discurso do Presidente russo sobre o Dia da Vitória, afirmando que a NATO não planeou atacar a Rússia e que a guerra iniciada por Moscovo reflete "ambições imperialistas doentes".

"Digamo-lo novamente. Os países da NATO não planearam atacar a Rússia. A Ucrânia não planeou atacar a Crimeia. Os militares russos morrem não a defender o seu país, mas a tentar ocupar outro", escreveu o conselheiro presidencial ucraniano Mikhail Podolyak na rede social Twitter.

"Não havia razões racionais para esta guerra a não ser as doentias ambições imperialistas da Rússia", acrescentou Podolyak, citado pela agência espanhola EFE.

Apoio europeu à Ucrânia

Entretanto, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assinalou hoje o Dia da Europa na cidade ucraniana de Odessa, ameaçada por mísseis russos, para mostrar o apoio da União Europeia (UE) e que a Ucrânia "não está sozinha".

"Vim celebrar o Dia da Europa em Odessa, a cidade onde Pushkin [poeta russo] disse que se pode sentir a Europa", anunciou Charles Michel, numa publicação na rede social Twitter, com imagens da visita surpresa àquela localidade costeira ucraniana.

Vincando que, em Odessa, "o povo ucraniano protege os seus monumentos de balas e mísseis e a sua liberdade da agressão russa", Charles Michel garantiu à Ucrânia que "não está sozinha".

Ukraine Besuch des EU-Ratspräsidenten Charles Michel
Charles Michel em Odessa para demonstrar solidariedade aos ucranianos no Dia da EuropaFoto: Ukrainian Governmental Press Service/REUTERS

A visita não anunciada de Michel, porém, precisou ser interrompida depois que a cidade foi de novo bombardeada com mísseis. "Durante o encontro com o primeiro-ministro [Denys Shmygal], os participantes tiveram de interromper a reunião para se refugiarem quando os mísseis atingiram novamente a região de Odessa", informaram fontes europeias.

Futuro da Europa

Enquanto isso, em Estrasburgo, as presidentes do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, salientaram que o futuro da Europa está ligado ao da Ucrânia e um fracasso na resposta à ameaça russa terá "enormes custos".

"O futuro da Europa está ligado ao futuro da Ucrânia, a ameaça que enfrentamos é real e o custo de um fracasso é enorme", disse Metsola, intervindo na sessão de encerramento da Conferência sobre o Futuro da Europa, lançada na presidência portuguesa da União Europeia (UE), no primeiro semestre de 2021.

Frankreich | Abschluss der Konferenz zur Zukunft Europas in Straßburg
Ursula von der Leyen (esq.), presidente da Comissão Europeia, Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, e Emmanuel Macron, PR da FrançaFoto: Ludovic Marin/REUTERS

Por seu lado, a líder do executivo comunitário referiu, dirigindo-se "aos amigos ucranianos": "O futuro da Europa é também o vosso futuro, o futuro da nossa democracia é também o futuro da vossa democracia".

"Há 77 anos, a guerra na Europa foi substituída por algo diferente, algo novo, primeiro uma comunidade e hoje uma união", referiu ainda Von der Leyen, acrescentando que a próxima página do futuro europeu "está agora a ser escrita por vós, por nós, por todos unidos".

Adesão à UE

A Comissão Europeia estima emitir, em junho, o seu parecer sobre a eventual adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), aguardando as respostas finais das autoridades ucranianas, anunciou Ursula von der Leyen.

"No Dia da Europa, [que hoje se assinala], discutimos o apoio da UE e o percurso europeu da Ucrânia. Esperamos receber as respostas ao questionário de adesão à União", disse Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social Twitter.

De acordo com a responsável, "a Comissão Europeia tem como objetivo emitir o seu parecer em junho".

Uma vitória contra a guerra