RDC declara fim da epidemia de ébola
1 de julho de 2017A República Democrática do Congo declarou-se livre do ébola após os 42 dias regulamentares, sem observar nenhum novo caso. O ministro da Saúde Pública, Oly Ilunga Kalenga, assegurou à imprensa que a decisão vai de encontro às normas sanitárias de vigilância do vírus.
Segundo o dirigente, a epidemia de febre hemorrágica viral que se declarou em Likati (Bas-Uele) a 11 de maio resultou na morte de quatro pessoas. Há outros cinco casos confirmados de contágio.
Outras 583 pessoas que entraram em contato com o vírus testaram negativo nos exames, declarou o ministro.
Vitória das autoridades e ONG
Desde 2 de junho, não foi registado nenhum novo caso confirmado, uma vitória que o ministro atribuiu aos serviços do Ministério de Saúde com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF, o Programa Alimentar Mundial e a missão da ONU no país, a MONUSCO.
O ministério aproveitou a ocasião para elogiar o trabalho de todos os profissionais desdobrados na zona afetada e "o seu trabalho para ajudar a nação".
O último surto de ébola aconteceu em Bas-Uele, uma das províncias mais remotas do nordeste do país, a 1,4 mil quilómetros da capital, Kinshasa, e a mais de 350 quilómetros do centro urbano mais próximo, algo que levantou receios quanto à capacidade logística para fazer frente à epidemia.
As autoridades reguladoras da RDC aprovaram o protocolo para uma possível vacinação. No entanto, a OMS descartou no final de maio o uso da vacina experimental contra o ébola, uma vez que, na altura, só havia dois casos confirmados em laboratório.
Em 2014, a RDC foi atingida pelo sétimo surto do ébola no país, que matou 49 pessoas, sem qualquer relação com a epidemia na África Ocidental. O surto do vírus na África Ocidental, que surgiu em dezembro de 2013, matou mais de 10 mil pessoas, entre 2013 e 2016. Libéria, Guiné e Serra Leoa foram os países mais afetados.
A OMS alertou em reiteradas ocasiões que até que não haja nenhum caso e se tenha superado o período de extrema vigilância de 90 dias, o perigo do ressurgimento da doença segue patente.