RENAMO já esperava rejeição do Conselho Constitucional
15 de novembro de 2019A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) lamentou, esta sexta-feira (15.11), a decisão do Conselho Constitucional (CC), que rejeitouo seu pedido de impugnação das eleições de 15 de outubro.
O maior partido da oposição em Moçambique considera que o pleito foi fraudulento e pautado por irregularidades graves, como o enchimento de urnas, supostamente por membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), ou a existência de falsos eleitores e presidentes de mesas de voto, entre outras. Mas os argumentos da RENAMO não convenceram o CC, que justificou que o partido não reuniu provas sobre a alegada fraude.
O porta-voz da RENAMO, José Manteigas, diz que não ficou surpreendido com a rejeição do CC e acrescenta que, enquanto existir uma coligação entre a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o CC e a FRELIMO, o país nunca terá uma vedadeira democracia.
Apesar disso, a RENAMO continuará a fazer o seu trabalho, promete Manteigas: "Nós, como partido político com responsabilidade neste país, fazemos sempre questão de interpôr recursos em respeito ao Estado democrático, às instituições, à lei e à Constituição".
RENAMO vai reunir para decidir próximo passo
Em entrevista à DW África, José Manteigas acusa a FRELIMO de manipular instituições soberanas para agirem em seu favor. Mas deixa a garantia de que, "como lutadores por um Estado de Direito democrático em Moçambique, nunca deixaremos de usar as vias legais para reclamar a justiça eleitoral".
Diante do posicionamento do CC, o porta-voz diz que o partido vai reunir para "avaliar o que o povo quer e, a partir daí, vamos ver que posição o partido vai tomar". Manteigas refere também que o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, está a fazer um périplo pelo país para, segundo afirma, "apaziguar a população, que está muito revoltada por causa desses resultados eleitorais".
As eleições de 15 de outubro deram a vitória à FRELIMO e a Filipe Nyusi com maioria qualificada.
Artigo atualizado às 20:55 (CET) de 15 de novembro de 2019.