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Ucrânia: Rússia promete "silêncio" para retirada de civis

bd | mjp | com agências
9 de março de 2022

Russos e ucranianos chegaram a acordo sobre o cumprimento do cessar-fogo em zonas onde foram estabelecidos corredores humanitários para a retirada de civis. Forças ucranianas reforçam defesa nas principais cidades.

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Ukraine Zerstörte russische Panzer
Foto: Irina Rybakova/REUTERS

Moscovo confirmou o acordo sobre o respeito pela trégua que começou na manhã dsta quarta-feira (09.03) e deve prolongar-se até às 21h00 locais em seis zonas onde se registam confrontos e ataques, segundo a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Verechtchouk.

O acordo prevê, nomeadamente, a retirada de civis de Energodar através de Zaporojie (sul), de Izioum para Lozova (leste) e de Sumy para Poltava (nordeste). 

Na terça-feira, milhares de civis deixaram a cidade sitiada de Sumy, naquele que foi o primeiro corredor humanitário bem-sucedido desde o início da invasão russa.

Outros corredores humanitários devem vir a ser delineados para a retirada de civis de Kiev, onde os últimos bombardeamentos russos atingiram, sobretudo, a zona leste da cidade. 

Mikhail Mizintsev, líder do Centro de Controlo de Defesa russo, citado pela agência de notícias Tass, adiantou na terça-feira que as forças russas iriam "observar um regime de silêncio" esta quarta-feira para garantir a passagem de civis em fuga das cidades de Kiev, Chernihiv, Sumi, Kharkiv e Mariupol.

Horas antes, a Ucrânia tinha acusado as forças russas de bombardearem o corredor a partir de Mariupol para o sul do país. As forças ucranianas estão a reforçar as defesas nas principais cidades, "numa altura em que o avanço da Rússia enfrenta uma resistência feroz", disse o comando geral da Ucrânia, já esta quarta-feira, citado pela Associated Press. A cidade portuária de Mariupol continua cercada pelas forças russas, agravando-se a crise humanitária.

O número de refugiados desde o início da invasão já ultrapassou os dois milhões.

Ukraine-Krieg | Flucht aus Irpin bei Kiew
Civis abandonam a cidade de Irpin, a nordeste de Kiev.Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP

Mais sanções e saída de empresas

Esta terça-feira, os Estados Unidos da América e o Reino Unido anunciaram um embargo às importações de petróleo e gás russo. Do lado da Comissão Europeia veio o anúncio da proposta de eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030.

Numa intervenção na Casa Branca, Joe Biden anunciou que o petróleo russo não será aceite nos portos dos EUA: "Os Estados Unidos estão a visar a principal artéria da economia da Rússia. Estamos a proibir todas as importações de petróleo, gás e energia russos. Isto significa que o petróleo russo deixará de ser aceitável nos portos dos EUA, e o povo americano dará outro golpe poderoso na máquina de guerra de Puti".

Em resposta, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto de "medidas especiais" para dar garantias à economia da Rússia no comércio externo e que autoriza o Governo a proibir exportações e importações de produtos e matérias-primas. A decisão estará em vigor até ao final do ano.

Ainda assim, a agência de notação financeira Fitch diz que o incumprimento da dívida russa é "iminente" devido às sanções. Ao mesmo tempo, a Starbucks, Coca-Cola e PepsiCo anunciaram a suspensão das suas atividades na Rússia, depois da cadeia de 'fast food' norte-americana McDonald's ter comunicado o encerramento temporário de 850 restaurantes no país, devido à invasão russa da Ucrânia.

Artigo atualizado às 10h55 CET, com detalhes sobre o acordo para o respeito da trégua.

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