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DesastresTurquia

Sismo: Turquia anuncia três meses de estado de emergência

gcs | AFP | Reuters
7 de fevereiro de 2023

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou três meses de estado de emergência, para lidar com as consequências do terramoto no país. São pelo menos 5.000 mortos, e os números das vítimas continuam a aumentar.

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Foto: Omar Haj Kadour/AFP

As buscas por sobreviventes continuam. É uma corrida contra o tempo. As réplicas e o tempo frio não ajudam nas operações de salvamento. Mesmo assim, mais de 8.000 pessoas já foram resgatadas com vida dos escombros, anunciou esta terça-feira (07.02) o Presidente turco.

Entretanto, foi declarado o estado de emergência.

"A gravidade do terramoto e os seus efeitos fazem com que seja necessário tomar medidas extraordinárias. Declaramos as 10 províncias onde ocorreu o terramoto como zonas de desastre", avançou Recep Tayyip Erdogan.

Rasto de destruição

O sismo deixou, na madrugada da última segunda-feira (06.02), um rasto de destruição na Turquia e na Síria. O futuro é um grande ponto de interrogação, diz Mahmoud Brimo, que reside em Azaz, uma cidade no norte da Síria.

"Perdemos tudo. Perdemos as nossas casas, os nossos familiares, as pessoas que amamos.  Dez anos de guerra não nos afetaram verdadeiramente, mas um minuto e meio de terramoto afetou-nos bastante", diz o sobrevivente em Azaz.

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Sírios tentam achar sobreviventes nas ruínas deixadas pelo terramoto Foto: Aaref Watad/AFP

Os sobreviventes temem que, quanto mais tempo passar, mais pessoas morram debaixo dos destroços.

Havva Topal vive na cidade turca de Nurdagi, na fronteira com a Síria. Ele diz que há dois dias não consegue encontrar o seu tio, a sua esposa e os seus três filhos.

"O prédio desabou depois do terramoto, houve um incêndio. E nenhum bombeiro apareceu, nenhuma escavadora. Tentámos salvá-los sozinhos, tirando água com pratos para apagar o fogo", relata Havva Topal.

Zona propícia a terramotos

Os especialistas dizem que há um conjunto de fatores que explica a gravidade deste terramoto. Por um lado, a hora em que ocorreu, à noite, enquanto muitas pessoas estavam a dormir. Por outro, a própria localização – esta é uma zona onde há fortes terramotos com frequência. Em 1999, um sismo no norte da Turquia fez mais de 17 mil mortos.

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Cães farejadores da Alemanha desembarcam na Turquia para ajudar nas buscas por sobreviventesFoto: Piroschka van de Wouw/REUTERS

Segundo o sismólogo britânico Stephen Hicks, o que se tem por baixo da Turquia "é o pior cenário possível de um terramoto com uma magnitude de 7,8, a uma baixa profundidade, a apenas 10km abaixo da superfície", o que "causa tremores muito fortes".

Construções pouco resistentes

Outro problema tem a ver provavelmente com as casas pouco resistentes a terramotos, acrescenta Hicks.

"Se este terramoto tivesse ocorrido num país com regras de construção mais rígidas, como o Japão, por exemplo, que regista muitos terramotos fortes, acho que alguns prédios desabariam - isso é comum na maioria dos terramotos - mas não teríamos uma devastação tão generalizada", avalia.

A ajuda já começou a chegar. Mas aumentam os apelos para que seja distribuída mais depressa. Dezenas de países mandaram especialistas e apoio logístico para as operações de resgate. Depois, começará o trabalho de reconstrução.

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